terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 20 – Dia de Festa (Parte 3/3)

Leia antes a sinopse e os capítulos anteiores.


Rogério voltou para casa pensando no acontecido. Como poderia haver tanto preconceito, tanta violência? Ele não queria pensar nisso agora, ele queria apenas curtir seu aniversário com sua namorada, amigos e parentes.

Ao chegar em casa de volta, levou todos à cozinha para cortar o bolo. Tudo seguiu como manda o figurino. “Parabéns” cantado por todos, com os amigos enrolando, a namorada o beijando e seu pai tirando fotos de tudo. Depois do “Parabéns” o sempre veio o pedido em coro de...
...“Discurso, Discurso...”

Rogério esperava muito por esse momento para agradecer a todos e a para lembrar algumas coisas que haviam acontecido durante o ano.

-Primeiramente eu queria agradecer a todos que vieram a minha casa prestigiar meu décimo sétimo aniversário. Bom, esse ano foi muito bom pra mim, foi ao mesmo tempo o melhor e o pior, quem me conhece sabe todos os “porquês” disso. “A melhor maneira de se aprender é errando”, não sei se concordo muito com isso, mas eu aprendi muito esse ano com os meus erros e muito ainda com os erros dos outros. Mas as pessoas com quem mais aprendi não estão aqui conosco. Duas delas, acabei de ficar sabendo que foram assassinadas no bar quarta-feira, eram dois senhores que quando eu estava na pior, me deram conselhos, e me fizeram ter forças para lutar: Romero e Damiel estejam com Deus! O outro eu não precisaria nem citar o nome, mas Alex viveu e conviveu comigo desde os 5 anos de idade. Com ele eu aprendi o que é um grande amigo, é aquele que te protege nas horas de perigo, e te conhece suficientemente bem, para te convencer a se afastar sem perder sua amizade. Por outro lado, eu descobri que ainda não estou sozinho, nem vou ficar. Porque Jéferson foi realmente um amigão na hora que eu precisei dele. Mas sem dúvida a melhor coisa que me aconteceu esse ano foi encontrar a minha mais nova namorada, Priscila. Ela sem me conhecer muito bem, nem conhecer meus amigos, fez questão de me ajudar e ajudar meus amigos sempre que pôde. Agradeço também a todos os meus outros amigos, e a meu irmão que me ajudou a fugir da minha mãe algumas vezes durante esse ano. Por tudo isso que vivi esse ano, posso dizer com convicção que eu viveria meus 16 novamente, pois realmente foi muito bom, muito produtivo e com muito aprendizado. E eu escrevi algumas palavras, que quem sabe, se o pessoal do Porca Loka gostar, vire música também. Ai vai – Rogério tira um papel do bolso e começa:

“Mundo rodando, cicatriz cicatrizando, uma vida inteira atrás dos meus ideais
Muita coisa vai mudando
Assim como não posso esquecer meus sonhos jamais
Idéias perdidas não me faça lembrar, quero continuar assim pra sempre, não quero mudar
Quero pessoas perto de mim, e um sonho para correr atrás

Decepções, falta de sorte e um lar, não chamo isso de azar
Um lar pra se ancorar

Agradeço a todos meus amigos: Porca Loka, Jéferson, Priscila
Desistir nunca e jamais, agradeço definitivamente aos meus pais
A meus pais, a meus pais”

-E pra quem vai o primeiro pedaço de bolo? – grita Eduardo.
-Pô, vocês tão com fome ein? – fez um segundo de silêncio e retomou – A pessoa pra quem seria o primeiro pedaço de bolo hoje, não pode o receber, eu sei que ele está assistindo de algum lugar então... Essa é pra você Alex!!!

Quando ele disse isso, seu cachorrinho começou a pular na sua perna, ele havia dado o nome de Alex para o cachorro como uma homenagem. Rogério riu-se e pôs no chão o pratinho com o pedaço de bolo e falou bem baixinho:

-Essa é pra você Alex, pra você!

O cachorrinho devorou aquele primeiro pedaço de bolo, enquanto Priscila dava um apertado abraço em Rogério.

Continuou a festa, e a vida de Rogério que ainda teria muitas novas aventuras a desbravar, como: a procura de um primeiro emprego, a conquista desse primeiro emprego, a entrada na faculdade, e tudo que faz parte de uma pessoa comum da classe média paulistana. Que ele tenha forças para chegar, seja lá aonde ele queira ir daqui pra frente...


FIM...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 20 – Dia de Festa (Parte 2/3)

Leia antes a sinopse e os capítulos anteiores.


Até agora somente boas notícias, literalmente presentes para Rogério não é? Daí para frente nada de muito diferente aconteceria. Chegariam: Eduardo, Pitoca, Zelu, Marcela, Jéferson, Babaloo, Mariana, Joaninha Pedroca, Jorge, Roberta e até a Bruna foi, fora alguns parentes de Rogério.

Todos presentes e Rogério tentando fazer sala a todos quando sua mãe o chama para a cozinha:

-Rogério vá chamar todo mundo. Vamos cantar Parabéns e cortar o bolo, querido!

Rogério volta a sala e puxa ar para chamar a todos em um só grito, mas pára e pensa em chamar duas pessoas que estavam faltando. Ele pega as chaves de casa e sai em direção ao bar à procura dos Senhores Romero e Damiel. Eles passavam o dia todo naquele bar.

Ao chegar ao bar não os avistou e resolveu perguntar ao dono do bar.

-Por favor, sabe dois senhores que passavam o dia todo aqui no seu bar jogando cartas, ou dominó e comendo petiscos? Dois senhores bem idosos já.
-Romero e o Damiel?
-Isso, eles mesmos. Você sabe onde posso encontrá-los?
-Sei sim. Mas acho que você não vai conseguir falar com eles não.
-Ué, fale onde eles estão, eu preciso muito encontrar eles. É muito importante.
-Eles estão no cemitério!

Rogério inocentemente pergunta:

-Fazendo o que no cemitério?

O dono do bar riu-se, tomou um gole de água e respondeu:

-Estão dormindo
-Mas como isso foi acontecer? – perguntou Rogério extasiado.
-Bom, é uma longa história. Mas em resumo: eles estavam sempre juntos, o dia todo, há anos viviam juntos, e o pessoal dizia muito que eles eram homossexuais. Todos faziam brincadeiras e eles nunca ligaram, talvez porque realmente fossem, ou talvez porque a experiência de vida lhes davam tranqüilidade para aceitar brincadeiras. Porém quarta feira passada...

...Estavam Romero e Damiel jogando Buraco. E o Seu Boneca estava bebendo umas e outras, e ele, você sabem sempre andava armado. Seu Boneca sempre ficava tirando sarro dos dois, e dessa vez não foi diferente, só que desta vez ele estava mais bêbado que o normal.

Seu Boneca foi até a mesa dos senhores e disse:

-Que que as duas bichinhas tão fazendo?

Tranqüilamente Damiel respondeu:

-Buraco, conhece?
-Conheço sim. Vem cá, vocês num tem nada de mais interessante pra fazer? Vocês não são namorados? Então, deviam fazer coisas mais legais.

Ambos nem se abalaram, e Seu Boneca continuou:

-Quem é o passivo? Eu aposto que é você – falou apontando para Romero.

Romero apenas olhou para ele e voltou-se para Damiel dizendo:

-Bati! Me dê o morto, por favor.

Boneca viu aquela olhada como uma sátira, ironia ou coisa do tipo e se enervou já tirando o revolver.

-Ae sua bichinha, tá tirando? Ninguém tira, Manuel Azevedo dos Santos, o Boneca.
Vai ter que fazer um trabalhinho pra mim agora se num quiser morrer! – falou Boneca abrindo o zíper das calças.

Romero continuou o jogo como se nada estivesse acontecendo, pegou o morto agradeceu a Damiel:

-Muito obrigado!
-Obrigado o caramba – enervou-se mais ainda seu Boneca – Você num tem que agradecer, você tem que colocar a boca sua bicha velha!

Romero continuou ignorando até que Seu Boneca colocou o próprio pênis sobre a mesa em que eles jogavam. Romero sem pensar duas vezes deu um murro prensando o pênis do Seu Boneca contra a mesa. Seu Romero havia visto tanto Seu Boneca apontar a arma para as pessoas e nunca havia visto ele atirar, e imaginou que não seria dessa vez.

-Aaaaaahhhhhhhhhh......! Sua bicha, você vai me pagar por isso.

Seu Boneca levantou o revólver, e deu três tiros em Romero. Dois pegaram na cabeça. Imediatamente Damiel levantou-se e foi abraçar Romero já caído no chão todo ensangüentado. Damiel lamentava sobre o cadáver:

-Não Romero, você não pode me abandonar, como eu vou viver sem você agora, como? – falou tudo olhando nos olhos do cadáver e depois o abraçou com toda a força.

Seu Boneca ainda sentindo as dores, se revoltou com a cena e disse a Damiel:

-Ah, sua bicha, eu sempre soube que vocês eram bichas, morre desgraçado, vai fazer companhia pro seu namorado!

Depois disso ele descarregou todas as cinco balas que restavam no seu 38 em cima de Damiel. Ele achava que tinha feito um bem para a sociedade, e sentou-se ao balcão com uma feição de dor e a mão massageando o pênis e pediu mais uma dose. Minutos depois a polícia chegou e o levou.

-Meu Deus do céu. Nosso bairro já viveu dias mais tranqüilos.
-Com certeza – concordou o dono do bar
-Bom, muito obrigado, vou rezar por eles, e também por Seu Boneca que desperdiçou sua vida por uma besteira.
-Realmente, agora os dois estão mortos e ninguém sabe se realmente eles eram homossexuais.
-É verdade, e se eles fossem, não era problema de ninguém.
-Realmente!
-Tchau! – despediu-se Rogério apertando a mão do dono do bar
-Tchau!

Rogério voltou para casa pensando no acontecido. Como poderia haver tanto preconceito, tanta violência? Ele não queria pensar nisso agora, ele queria apenas curtir seu aniversário com sua namorada, amigos e parentes.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quem é nosso maior inimigo?


Sábado Passado eu estava voltando do Anima Mundi, ouvindo às músicas do meu Pen Drive, dentre elas, o novo CD do Green Day.... Quando ouvia a música abaixo Know Your Enemy (Conheça seu inimigo) tive uma insight que pode parecer bobo, mas não paramos para pensar...



Existe um estigma criado em nossa sociedade em que precisamos conhecer nossos amigos e saber identificar quem são nossos inimigos. TV, Novelas, filmes, livros vivem mostrando grupos de amigos e inimigos, como bons e maus (isso não existe!)... Mas fica a pergunta: Quem é nosso maior inimigo?

Todo dia, tem alguém causando o mal à alguém... Propositalmente ou não. Mas isso caracteriza alguém como inimigo? Mesmo que as ações sejam continuas propositais e direcionadas? Eu acredito que não...

Bom, felizmente não utilizamos muito esta palavra no nosso cotidiano "inimigo", entretanto ficar claro e intrínsico no rancor, no olhar, nas palavras que o sentimento de inimizade existe e é inegável.

Para ser breve, já vou finalizando. O sentimento de inimizade só existe pois você acredita nele, logo, não há ninguém, nem nada que seja seu inimigo (nem mesmo o tempo). O que há na verdade é uma postura, uma forma de encarar as coisas. Conhecer ao semelhante e tentar compreender suas atitudes é um dos caminhos para começar a perceber que nada pode te afetar, ao menos que você deixe isso acontecer.

Encare as coisas de forma positiva, compreenda as pessoas, se conheça, pense antes fazer, trate os seus ciúmes, apazigue seu rancor, não se desespere, acredite, esta é a melhor forma de vencer o seu maior inimigo: VOCÊ!


(A original dessa música com certeza vai para o Lifespan Soundtrack)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 20 – Dia de Festa (Parte 1/3)

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Chega o dia de seu aniversário, e Rogério arrumou tudo com sua mãe e agora esperava apreensivo junto a seu cachorrinho o soar da campainha. Primeira pessoa a chegar é claro que foi Priscila, trazendo um embrulho do tamanho de uma caixinha de fósforo. Rogério pegou presente, chacoalhou e disse:

-Bom, pelo som não são fósforos que estão aqui dentro...
-Acho que está bem longe disso!

Rogério abre cuidadosamente o embrulho e vê uma pequena caixinha aveludada, e começa a imaginar o que há dentro da pequena caixa.

-Não, não pode ser!
-Eu acho que é sim Rogério!

Ele abre e:

-Um par de alianças?!
-Vamos?
-O que? Namorar? Claro! Você hoje é tudo na minha vida!

Rogério e Priscila estavam juntos há algum tempo, porém nada selava o namoro dos dois, e essa foi a intenção de Priscila, poder dizer que tinha um namorado.

Passada a euforia dos dois recém namorados, soa novamente a campainha. Desta vez é pessoal da banda Porca Loka. Roberto (baixista da banda) chega cumprimentando Rogério:

-Parabéns cara! Felicidades e mais vários 17 anos de vida pra você!
-Pô, valeu por ter vindo aí!
-Nossa, preciso te contar um bagulho. Acho que você vai gostar, não sei!
-Fala cara, para de querer me deixar ansioso!
-Idéias Perdidas!
-Que que tem?
-A gente gravou ela cara!
-Nossa, que animal, quero ouvir isso!
-Eu trouxe um CD nosso de presente pra você. Mas eu num te falei a melhor cara!
-O quê?
-Todo mundo curtiu essa música, e tá todo mundo perguntando quem fez a letra. A gente vai ficar famoso se você continuar escrevendo pra gente!
-Que isso cara, é única coisa decente que eu escrevi em toda minha vida.
-É a primeira cara. Sério mesmo, continua escrevendo que pode te render bons frutos.
-Vamos ver né? Se outras idéias aparecerem na minha cabeça, não vou pensar duas vezes pra escrever.
-Faz isso mesmo, num pode parar.


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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mon Chinois - Anima Mundi!

Das 3 sessões que vi até agora no Anima Mundi 2009, este foi um dos melhores, quiçá, o melhor!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 19 – Bola pra frente

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Aniversário de Rogério estava para chegar, e ele gostaria de organizar uma festa, para reencontrar todos os amigos, afinal aquele foi um ano memorável, tanto em bons quanto em maus acontecimentos.

Dona Elza fazia todas as contas para poder fazer uma festinha para Rogério. Ela sabia que o que importava não era ter uma grande festa, e sim apenas o reencontro com todos os amigos juntos, e com sua primeira namorada, Priscila.

Na semana anterior à festa, Rogério e Priscila não paravam, corriam atrás de tudo, bebidas, pratinhos e tudo mais que uma festa tinha direito. Tinham que conciliar tudo isso com os estudos pois era época de provas finais. È verdade que Rogério nunca teve problemas com notas na escola, e muito menos Priscila que estudava em escola pública, e por isso mesmo não tinha muitos problemas (afinal de contas, indo bem ou mal em uma escola pública, de qualquer forma você é aprovado no fim do ano).

Rogério percebia que dali pra frente teria que mudar muito seus ideais, seus intuitos, afinal o vestibular se aproximava e a pressão da sociedade aumentava, não lhe deixando uma alternativa para uma vida diferente. Rogério lamentava muito, a idéia de ter que seguir a vida baseada no que foram as vidas de seus pais, e sabia que seus pais também já tiveram a idéia de mudar o mundo um dia, mas aos poucos, foram sendo obrigados a esquecer e a viver uma vida normal, mediana, medíocre...

Rogério nunca teve o hábito de escrever, poesias, redações nem nada do gênero, mas o ano tinha sido muito duro pra ele, e o fez refletir, trazer em poucas palavras o que ele pensava da vida. Essas palavras foram depois cedidas aos rapazes do Porca Loka que fizeram uma música com aquela pequena poesia, que recebia o nome de Idéias Perdidas:

Não posso mais, viver nessa agonia
espero que tudo isso passe algum dia
não vou agüentar, tem que mudar

Já vou me preparando, já vou pensando
o que é melhor pra você, pois pra mim já esqueci
não vou esperar, só vou lutar

Eu vou lutar, tem que tentar
Idéias perdidas ainda vão me encontrar

Foi há um tempo atrás, num mundo muito voraz
Aprende-se a esquecer, o que foi importante para você
Quero voltar, só vou sonhar

Eu vou mudar, nem vou tentar
Idéias perdidas ainda vão me encontrar
Ouça Idéias Perdidas aqui:

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 18 – Amanhecer de mais um dia

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Manhã seguinte, oito horas da manhã. Rogério definitivamente não teve uma boa noite de sono, mas continuava sem o menor sono. Levantou-se e foi tomar banho, e saiu atrás de seus amigos para dar a notícia e se informar sobre o velório do amigo.

A primeira ser procurada por Rogério foi Priscila, não foi muito simpático de sua parte acordar a menina em pleno domingo às nove da manhã. Porém, não é nada fácil perder um amigo de 11 anos, e ele buscaria ajuda nos seus “novos” amigos. Priscila era agora sua confidente, e foi a primeira a saber.

Por volta de nove e meia saíram em direção à casa de Eduardo, e ao chegar lá o mesmo não estava, mas Rogério teve uma pequena conversa com a mãe dele:

-Dona Dirce, tenho uma má notícia, e eu gostaria que Senhora repassasse para o Eduardo.
-É a respeito do Alex?
-É sim senhora. A senhora já está sabendo?
-Sim, o Eduardo ficou muito abalado, sabe? E ele pediu pra passar essa semana e a próxima, que é a semana do “Saco Cheio”, na casa do seu primo em Barretos. Eu entendo o lado dele, afinal de contas ele e o Alex estavam se dando muito bem agora. Ele foi viajar agora de manhã, o pai dele o levou na rodoviária.
-É sim, tavam se dando muito bem!
-Quer que eu dê algum recado quando ele ligar?
-Não, não! Obrigado Dona Dirce. Era sobre Alex mesmo!
-Tá certo então Rogério. Até qualquer hora!
-Até.

Imaginaram logo que Eduardo estava com problemas também, mas ninguém podia garantir, pois Eduardo comprava drogas com Alex, mas nunca ficou devendo nada. E ele nem por um segundo se envolveu no tráfico. Duas semanas fora o faria realmente esquecer os problemas e repensar as besteiras que havia feito neste ano.

A próxima pessoa a ser visitada seria Marcela, ninguém ao menos atendeu a campainha. Os pais de Marcela e sua irmãzinha haviam saído a pedido de Marcela que queria ficar sozinha em casa. Quando eles a chamaram, Marcela estava deitada na banheira vazia pensando mil e uma bobagens. Estava escrevendo algumas palavras sobre a perda de seu namorado, exato um ano depois do início do namoro. Dizia a carta que ela escreveria e ninguém mais haveria de ler:

Consta nos altos que um dia eu pudesse encontrar,
algum lugar decente, que pudesse me confortar,
e uma pessoa pra me amar
Mas é difícil tentar achar
Não vou mais me preocupar
Palavras ao vento, rabiscos no papel
e pessoas querendo entender
Procuro, procuro ao meu lado
e ninguém pra me explicar

Disseram-me que a melhor maneira de aprender, seria sempre, sofrer, e eu sinceramente, preferia morrer sem saber. Podia ser um romance juvenil, mas não deveria acabar da pior maneira possível?Eu tinha tudo para ser uma boa aluna, por que esse Deus que todos veneram fez tamanha maldade com uma menina, que até onde eu saiba não devia nada a ninguém?

Ser atéia pra mim virou questão de honra! Despeço-me da igreja, do padre, e principalmente de Deus! Passo agora a não mais acreditar em qualquer misticismo, e passo agora a acreditar em pessoas. Deus nunca me trouxe alegria nenhuma, e nunca me consolou junto a meus problemas, nunca me emprestou um dinheiro para aquele show que eu não podia perder, e agora, não diferentemente, não me ajuda de forma alguma. Ouço sim, meus amigos, pessoas tocarem a campainha para me oferecerem um ombro, mas prefiro não os atender para não repartir tamanha tristeza e desapontamento numa força em que tanto acreditei, que tanto evoquei e sempre me foi falha quanto precisei dela. Chega de crenças! Quero tato, quero gente, quero calor.

Alex nunca mais sairá do meu coração, aprendi muito com ele, e ele foi a primeira pessoa que fez ver realmente o valor dos amigos e a primeira pessoa que me deu asas para voar nos meus sentimentos. Espero que para onde quer que ele vá, que encontre pessoas que possam ajudá-lo, um lugar decente pra confortá-lo, daqui ficará a pessoa pra lhe amar.

Rogério e Priscila tocaram a campainha duas vezes e decidiram ir embora, pois Marcela poderia estar dormindo, e preferiram não mais a incomodar...




Ouça aqui a poesia de Marcela, com arranjo do Dezesseis, música: Tentar Achar


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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Globoesporte.com e suas gafes!

O Ronaldo é um capetinha mesmo né?



Ou será mais um daqueles casos de "tendenciosidade", por assim dizer...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A que ponto chegamos?

Quando uma empresa chega a fazer algo deste tipo, significa que sua credibilidade (da marca, do produto ou de ambos) já anda pior que das críticas da Globo!




Recebido na lista de discussão Webees.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 17 – A procura de Alex

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Alex agora estava sempre fugindo, já não confiava mais em ninguém, e tinha todos os motivos para isso.

Ele nunca mais atendera a porta na sua casa, evitava atender o telefone, e só saía de casa ao perceber que a rua estava vazia. Em algumas dessas situações, Rogério o avistava pela janela, mas nunca saía a tempo de encontrá-lo na rua.

Uma das vezes chegou ao portão de Alex esbaforido, quando o mesmo ainda trancava o portão, Rogério ainda esboçou um início de conversa:

-Nossa Alex, tava passando ali e te vi passando... tô precisando falar com você velho.
-Manda lá!

Rogério respirou um pouco, procurando algum assunto de maior relevância para poder começar o assunto. Em vão, começa de qualquer forma:

-Tudo beleza com você cara?
-Tranqüilo, e com você?
-Indo... Tava pensando em jogar videogame lá em casa, tá a fim? Comprei Soccer Fut, muito louco cara, vamos lá?
-Tô a pampa cara... e deixa eu ir lá que eu preciso ligar pro Babaloo pra resolver umas paradas meio embaçadas que tão rolando ae...
-Ah é? Pô cara, se precisar de alguma coisa dá um toque que estamos ae pra isso? Quer falar o que tá rolando não?
-Relaxa veio, já estamos quase resolvendo... e é melhor você ficar fora disso...

Rogério fez uma cara de quem tinha entendido a mensagem, mas no fundo estava pensando e repensando o que poderia ser. Antes que ele perguntasse alguma coisa, Alex interrompeu seus pensamentos:

-Tô indo lá... Falou cara, té mais! – Alex se virou rapidamente e correu para a porta da sala.
-Falou, até mais! – murmurou Rogério enquanto Alex já estava fechando a porta.

Não mais profundo que isso foi qualquer conversa que Rogério teve com Alex. Alguns e-mails enviados, e sem resposta e algumas ligações nas quais a maior parte do acabava conversando com a mãe do amigo que com o próprio, isso quando ao menos conseguia falar com o mesmo.

-Alô?!
-Olá, por favor o Alex?
-O Alex tá trancado no quarto dele e pediu pra não ser incomodado, quem tá falando?
-É o Rogério!
-Oi Rogério, tudo bem com você? Anda sumido menino, nunca mais apareceu aqui em casa.
-É, tá um pouco corrido pra mim, mas tô fazendo o possível pra não perder o contato com o Alex – Disfarça Rogério, que apesar de imaginar q a mãe de Alex suspeitasse de algo, preferiu manter a discrição.
-Por que você não um pulinho aqui agora? Eu fiz aquele bolo que você adora...
-Claro, pergunte pro Alex se pra ele está tudo bem...

A mãe de Alex bateu a porta do quarto e anunciou que o velho amigo viria para uma visita logo mais. Alex, com muita indisposição, levantou-se, lavou a cara, desligou o som e se preparou para receber o velho amigo.

Rogério chegou e postou-se no sofá da sala, enquanto a mãe de Alex chamava o mesmo. Assim que ele desceu as escadas Rogério observou no rosto abatido do amigo e no tênis de $450 que vestia. Alex o cumprimentou ao mesmo tempo que sua mãe alertava.

-Vou buscar o bolo e o suco na cozinha meninos!

O telefone toca, os dois olham para o telefone que ficava logo ao lado do sofá e Alex grita:

-Mãe, atende o telefone ae! – mesmo estando no aguardo de um telefone.
-Ai menino, por que você não atende isso? Nunca vi, eu tenho que ser sua secretária agora...
-Alô?!
-Quem gostaria?
-Só um momento.
-É o Pitoca! – fala estendendo o telefone para Alex, que suspira antes de atender.

Alex saí da sala e se tranca novamente no seu quarto. Dois minutos e uma fatia de bolo depois ele passa pela sala correndo sem ao menos dizer um “tchaw” para sua mãe e Rogério, foi exatamente como se eles não estivessem ali.

Não tardou muito Rogério resolveu ir-se, afinal conversar com a mãe do amigo pode ser legal, mas não por muito tempo: “como vai a escola?”, “e a sua família?”, “você já sabe o que vai fazer na faculdade?”, “tá namorando?”, não são dos assuntos mais agradáveis para um adolescente, não para conversar com um adulto.

Quando saiu da casa de Alex, Rogério resolveu ficar de guarda para ver quando Alex voltasse para tentar conversar com o amigo. Fez tudo o que podia para disfarçar que não estava ali somente para esperar Alex: brincou com o cachorro no quintal de casa, bateu bola na parece, soltou pipa, conversou com os visinhos, e por fim resolveu ajudar uma senhora que estava lavando a varanda de sua casa, não coincidentemente, casa justo a frente à casa de Alex.

Passada seis horas da tarde Rogério resolveu voltar para casa. No caminho, fez-se valer toda sua espera pelo amigo, o encontrou vindo na rua enquanto ele ia para o outro sentido. Alex estava andando apressado e de cabeça baixa. Rogério preferiu não chamar por Alex, pois ele parecia estar se escondendo de alguém. Chegou do lado de Alex então e começou:

-E ae Alex, beleza? Por andou cara? Saiu correndo que nem um louco...
-Resolvendo negócios.
-Alex e-business?
-Quase isso!
-Legal cara... E tá dando pra tirar uma graninha?
-Tava, mas eu tô com uns probleminhas aí! – Alex continuava andando apressado em direção a sua casa.
-Posso te ajudar em alguma coisa?
-Pode!
-No que? Fale, estou ansioso pra entrar no mundo dos negócios.
-Sai de perto de mim agora, senão as coisas podem piorar!
-Mas por que? O que eu posso te fazer?
-Você nada, eles podem...
-Eles quem? – fala Rogério olhando para todos os lados
-Não queira saber, se quer o melhor pra mim, vire a próxima à esquerda, por favor.
-Você ta me assuntando – fala Rogério parando no meio da rua.
-Você já deveria estar assustado!

Rogério o seguiu e fez como Alex lhe pediu, e virou a próxima esquerda, uma quadra antes de chegar na casa de Alex.

O mais irônico foi que Rogério procurou Alex para saber das “novidades” e dar conselhos, e acabou ouvindo ordens, e os acatando sem pensar duas vezes.

Já havia escurecido. Dez passos adentro na rua a esquerda, Rogério pensativo olha para trás, um carro passa na rua onde seguia Alex. Passado o susto, Rogério respira fundo e vira-se de novo a caminho de casa, e dois sonoros estalos secos “pah! pah!” o assustam. A princípio imagina ser alguma moto de pizzaria que sempre tem certos problemas no escapamento. Seguiu então um quarteirão adiante, e logo após, decidiu voltar.

Chegou, uma pequena multidão se aglomerava próximo à esquina, imaginou que houvera algum acidente, com a moto que havia ouvido.

Ao aproximar-se viu sangue por baixo dos pés dos curiosos, e sem mesmo ver o corpo, uma só lagrima escorreu do seu olho esquerdo. Rogério sentou-se na guia e tudo aconteceu ao seu lado, e ele continuava ali extasiado: Ambulância chegou; colocaram o corpo dentro dela; a mãe de Alex aos prantos; pessoas fofocando sobre vida e morte de Alex. Nada disso passou nos olhos e nem nos ouvidos de Rogério, que ficou sentado ali por mais de uma hora. Todos foram embora, menos ele.

Chegou tarde da noite em casa, e deu a notícia a sua mãe, que não se fez estender na história, pois além da perda do amigo, sentia-se fracassado na idéia de ajudá-lo. Mas os últimos minutos de conversa com Alex provaram que, seu amigo só se afastou dele, para o proteger.

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sábado, 27 de junho de 2009

Imparcial, tendenciosa ou o que?

Leio sempre o globoesporte.com, me acostumei a acompanhar futebol lá. Mas realmente de vez em quando as pisadas na bola são graves e rotineiras!


A cada 2 artigos, pelo menos um tem erro de digitação. Mas acho que isso não é o pior, o pior é o que fazem nesta notícia aqui: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Sao_Paulo/0,,MUL1208304-9875,00.html

Este é o título:

Muricy Ramalho x Ricardo Gomes: atletas apontam diferenças entre comandantes

No artigo, um ou outro comentário de jogador que em momento algum compara os treinadores, até que em determinado momento eles põe a tabela abaixo! POR FAVOR, não esqueçam de ler o parágrafo que precede a tabela comparativa dos técnicos...


Precisa falar mais alguma coisa?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 16 – Reunião!

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Priscila e Jéferson, já não viam muita solução para Alex, a situação de envolvimento dele com o tráfico, e com os traficantes chegou a um ponto no qual ambos nunca haviam visto alguém sair. Não obstante, a idéia de reabrir os olhos de Alex para todos os problemas, para a sua condição de usuário de drogas, talvez o fizesse procurar um centro de recuperação ou algo parecido.

Rogério o conhecia mais profundamente, e sabia que assim como ele, Alex não era receptivo a idéias alheias. E Rogério seria obrigado a usar todo seu poder persuasão sobre o já bem conhecido Alex. Rogério sabia que deveria jogar as idéias para Alex, de forma que o mesmo as percebesse depois, imaginando que tenha descoberto sozinho, falar francamente com pessoas com problemas de vício de qualquer tipo é simplesmente inviável.

Marcela seria uma boa pessoa para jogar as idéias aos ouvidos de Alex, porém, estava com medo de apanhar de novo. Ela sempre fora uma garota medrosa, e não seria agora que mudaria isso.
Rogério propôs-se então a persuadir Alex. Sua petulância o fazia acreditar que poderia enganar ou persuadir até mesmo o Presidente da República, tinha sim suas habilidades, mas pecava em respostas rápidas a perguntas inesperadas, e Alex sempre o surpreendia nessas.

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terça-feira, 16 de junho de 2009

O E-Dublin está dando 2 ingressos para o show do U2

Campanha lançada na última segunda-feira no E-Dublin!





É isso mesmo! Com o super apoio da GoToLondon e e-Taxi, iremos levar você e mais um acompanhante ao show do U2 no Croke Park!

Se você achou que ia ficar pra trás pois os ingressos se esgotaram, essa é a sua chance!

Pra participar e tentar ganhar é muito fácil! É responder de forma criativa:

Se você subisse no palco no dia do show, o que gritaria no microfone?

Sua resposta pode ser através de vídeo, foto ou texto.

Caso suba vídeos no YouTube, utilize a tag "edublinnou2", o mesmo para fotos no Flickr ou qualquer outro álbum. Textos podem ser enviados pelo email edublinnou2@gmail.com contendo nome e email, twitter para @edublin com tag #edublinou2, ou qualquer outra forma inovadora e criativa que vocês tenham!

A resposta mais criativa vai levar o par de ingressos! É isso mesmo! Não tem sorteio! Veja o que o pessoal já andou gritando:




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 15 – Os escolhidos

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O segundo passo era escolher os seus ajudantes, aliás, os ajudantes de Alex. O primeiro escolhido foi Jéferson. O motivo dessa, aparente inusitada escolha de Rogério, foi o seguinte...

Ele, ao voltar do churrasco de Jéferson na favela, percebeu que estava sendo seguido por alguém desde o momento em que saíra de perto de Jéferson. Ele então decidiu dar umas voltas para tentar despistar os supostos ladrões, e não conseguiu! Ele não havia reconhecido os sujeitos, mas depois de apanhar e receber o sinistro aviso lembrou-se de Alex discutindo com um deles próximo ao restaurante Beduíno, quando voltava de um ensaio da banda Porca Loka. Ele não ouviu o assunto, porém imaginou, pois foi no mesmo momento em que Alex se envolveu com drogas, passou a ter o apelido de Beduíno e Rogério tomar aquela sova. Não parecia ser uma discussãozinha à toa, Alex de cabeça baixa, com o outro se esgoelando e apontando o dedo para sua face. Garoto com quem Alex jamais havia andando junto.

Próxima pessoa a formar esse mutirão seria Priscila, pessoa que se mostrava de maior confiança no momento. Ela também, por morar na favela, havia convivido muito com problemas semelhantes aos de Alex.

E claro que não poderia faltar, a pessoa que mais conviveu com a decadência de Alex, Marcela. Ela não tinha mais todo aquele amor por Alex depois de tudo que ele havia feito com ela, mas ele havia feito parte de sua vida, e ela sabia os valores que ele tinha, e iria buscar resgatar isso nele.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 14 – Em busca de um apoio

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Ele já se imaginava lutando sozinho pelos seus ideais. Mas se ele não tentasse encontrar ajuda, ele nunca a teria. Ele não sabia por onde começar, Baixou a cabeça e começou a pensar ali mesmo, então ele ouviu a porta se abrindo. Era sua mãe que logo veio perguntando toda preocupada:

-Que foi meu filho? Alguma coisa errada?
-Tem um monte de coisa errada, mas você não pode me ajudar. Então vê se sai do meu quarto e me deixa pensar.
-Mas filho, me fala o que acontece!
-Mãe, me esquece, por favor! Se você quer me ajudar sai do quarto, por favor!
-Tá bom então. Não está mais aqui quem falou!
-Melhor assim!

Rogério abaixou novamente a cabeça e retomou seus pensamentos. Ele achou que primeiro deveria voltar e conversar com aqueles dois velhos que poderiam lhe ajudar, dando-lhe novos conselhos. Até o presente momento, ele havia decidido que quem mais precisaria de ajuda era Alex, seu melhor amigo e pessoa com o maior problema a ser resolvido, além da barreira imposta pelo próprio para ser ajudado. Pessoas nessa situação não aceitam e não percebem que estão no caminho errado, e que bem provavelmente, em breve, estarão na pior.

Saiu do quarto decidido a mudar um futuro que não era o dele, mas que teria muito dele ainda. O primeiro passo, como já foi citado, era procurar aqueles dois velhos no bar. Ao chegar lá, encontra os dois, porém desta vez junto aos demais amigos. Quando Rogério chama os dois, ambos viram-se e entreolham-se, e nisso apenas um deles caminha até Rogério, era Damiel que vinha até ele.

-Eu sabia que você voltaria!
-Você sabe o que eu quero de você?
-Sei sim. Mas desta vez não poderei ajudar, é o seu caminho, a sua história, a sua experiência de vida, o seu sofrimento, lhe mostramos que nem todas as portas estavam fechadas, agora você terá de percorrer por dentre todos os quartos escuros e empoeirados. Espero que você vença a todas as dificuldades que irão aparecer. Contento-me já em saber que tudo que Romero e eu lhe dissemos, surtiu efeito, e fez você se levantar para ajudar as pessoas que com certeza estão em piores condições que você. Para escolher apoios, é necessário escolher com precisão cirúrgica, qualquer pessoa errada envolvida pode botar tudo a perder. Pode ser que a pessoa que mais lhe ofereça confiança, seja a pior a confiar nesse momento, talvez não tenha o mesmo intuito que você. Então vá, e encontre seus parceiros.

-Muito obrigado Damiel! Devo ao Senhor mais essa!

Depois desse monólogo dissertado por Damiel, Rogério acabara de confirmar o que já imaginava. Sua mãe seria a última pessoa a quem pediria ajuda e se confidenciaria sobre os problemas de Alex.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 13 - Fim das forças

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Esse fim de semana estava sendo muito estressante para Rogério. Além de todos os problemas acumulados com sua mãe, Eduardo, Alex, o colégio, sua pretendente e a tentativa frustrada de falar com Marcela sobre o estado de Alex! Alex havia batido em Marcela, eles tinham terminado o namoro.

Rogério decidiu então encher a cara em um barzinho perto da sua casa. Chegando lá pediu a primeira dose de pinga, bebida que ele nunca havia experimentado. Logo pediu a segunda. Bebeu em uma virada só!

Na mesa ao lado havia dois velhos da rua dele jogando dominó, bebendo uma cerveja e comendo um petisco. Um desses velhos vira para Rogério e pergunta:

-Qual o seu nome rapazinho?
-Rogério!
-O meu é Damiel!
-E o meu é Romero! – Diz o outro velho!

Damiel retoma.

-Tá acontecendo alguma coisa meu filho?
-Minha vida é uma merda! Tudo que eu faço dá errado. Meus amigos só me desapontam!
-Fique calmo, pois: “Caminhos tortuosos...”
-“...Levam a fins gloriosos”! – Completa Romero
-Pra mim esse ditadinho de vocês não presta! Eu faço de tudo, sofro e no final, fica tudo por isso mesmo!

Mais uma vez Damiel retoma.

- “Se nem tudo deu certo no final...!”
- “... Quer dizer que ainda não é o fim”! – Completa Romero
-Para de falar vocês dois, vocês não sabem de nada! Vocês não sabem a minha história!
-Quem disse que não sabemos? – Questiona Damiel – “Mantenha sua vontade além do fim...
-...Pois para alguém pode ainda não ter sido!”- Romero completa pela última vez.

Rogério ficava imaginando o que aqueles dois velhos, um viúvo e outro que nem se casara podiam saber. Dois velhos que ficavam o dia todo sentados à mesa do bar jogando seu dominó, comendo seu petisco e jogando muita, mas muita conversa fora.

Aquelas frases não saiam de jeito nenhum de sua cabeça. Na hora ele parou de beber e encaminhou-se para sua casa. Sua cama mais especificamente. Abraçado ao travesseiro pôs-se a chorar, sem fazer força nenhuma para segurar. Momento em que alguém realmente mostra que é homem e que tem sentimentos. Era um sentimento de inferioridade que o corroia, sentimento de inutilidade, que, aos poucos, lembrando de muitos acontecidos delatados por seu pai e principalmente pela lição de vida de cinco minutos daqueles dois velhos, foi substituído por um sentimento de força nunca por ele sentido antes. Logo se sentou na cama e se sentiu disposto e capaz de ajudar todos seus amigos necessitados. Ele iria desta vez, não até o fim, pois ele havia aprendido que o que para ele é o fim, para outros pode não ser. Ele não poderia lutar sozinho, mas se tivesse que fazê-lo, o faria sem reclamar nem pestanejar.

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 12 - Outras decepções virão

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Chegando mais uma vez naquela reunião de pagode, Rogério começava a querer se acostumar com o som, pois o ambiente e a comida (churrasco) começavam a compensar. Porém, naquela noite algumas coisas aconteceriam e ele veria que não estava em um ambiente muito melhor que aquele que procurava se afastar.

“Eu não tenho culpa de comê quietinho, no meu cantinho, boto pra quebrar...” essa música ditava o ritmo da noite, e representaria o que iria acontecer. Enquanto tocavam essa música Rogério pegava um espetinho, e via um cara vomitando-se de tanto beber e dando risada, com a namorada dele do lado, desesperada, implorando para ele parar de beber. Rogério disfarçou e fingiu que nem viu. Fingiu que não viu, mas viu no momento seguinte uma menina enrolando um “beck turbinado” como eles chamavam. Foi a decepção da noite. Jéferson vê seu amigo sozinho, com cara de tonto então chega nele e fala:

-Rogério, que foi? Aconteceu alguma coisa?
-Não, não! É que eu tô pensando em um negócio aqui.
-Ah meu, relaxa, vem aqui zoar um pouco com a gente, esquece o resto! – falou Jéferson já arrastando Rogério para o pagode.

Tudo correu bem até o fim da festinha.

No caminho de volta para a casa, acontece um pequeno imprevisto. Ele andava tranqüilamente pela avenida esquecendo todos os problemas (às vezes dar uma voltinha sozinho ajuda a esquecer) então ele resolveu dar uma volta antes de ir para casa.

Ao entrar na primeira rua por onde decidiu caminhar, um cara saiu de trás de uma árvore e lhe acertou um servido murro no queixo, e começou a questionar:

-Ae moleque! Cadê aquele seu amiguinho?
-Que amigo?Ai! – Fala Rogério praticamente gemendo.
-O porra do Beduíno!! Olha aqui, não vou ficar perdendo tempo com você aqui não! Avisa o Beduíno que se ele não aparecer amanhã lá no pico com o dinheiro, que é melhor ele se mudar daqui, senão ele morre! Você tá me entendendo? Tenho certeza que você não vai me decepcionar. Não é? Vou embora que eu tenho mais o que fazer do que perder meu tempo com você, seu merda!

Nisso o suspeito sujeito pegou o dinheiro, o relógio de Rogério e deu o último chute no estômago dele e saindo em direção de seus amigos que estavam rindo no fim da rua. Cumprimentou todos eles ao chegar lá. Rogério assistia a isso deitado sem ar depois do chute na barriga.

Pouco depois, Rogério se levantou e foi para sua casa, onde encontrou sua mãe preocupadíssima.

-Menino eu não falei pra você voltar... – Ela para de falar ao ver a boca do filho sangrando.
-Que aconteceu Rô!?
-Assalto, o cara me deu um murro, pegou minhas coisas e saiu correndo!
-Tá doendo filho?! Nossa tá feia a coisa. Eu vou te dar um remédio e vá dormir!
-Primeiro eu tenho que fala com o Alex!
-Amanhã você fala! Como você vai chamar ele a essa hora da madrugada?
-Mãe, é mais que urgente!

Então Rogério foi até o telefone, discou! Ocupado! Com certeza ele estarva na Internet! Mas dessa vez era o irmão dele que estava lá. Alex tinha saído de balada com Eduardo e Pitoca. Rogério logo pensou que os “Beck Street Boys” tinham ido queimar um! Mas dessa vez haviam mesmo saído de balada.

No dia seguinte, de manhãzinha, Rogério que mal conseguiu dormir vai até a casa de Alex e avisa sobre o que aconteceu:

-Ele falou que se você não levasse hoje o dinheiro no “pico” que eles iam te pegar!

Alex respondeu:

-Cala boca Rogério seu traidor! Vai lá andar com seus amiguinhos pagodeiros! E num precisa ficar me falando essas coisas! Eu sei me cuidar!
-Não é o que parece!
-Agora sai fora que eu fiquei acordado até de madrugada na balada, e você veio aqui pentelhar meu sono. Vai embora traidor! Se você vier aqui dar lição de moral de novo você tá ferrado!
-O que tá acontecendo Alex? – Pergunta a mãe de Alex.
-Nada não, e cala boca você também!

Alex virou de novo para Rogério e disse:

-Você ainda tá aí? Puts! Achei que você ia se mancar e ir embora! Vai!

Alex entrou batendo a porta! Mas quando chegou no quarto bateu um ressentimento por ter falado aquilo tudo para seu amigo de tanto tempo, e um medo por causa do recado que ele havia recebido! Nesse dia Alex não saiu de casa! E Rogério não parou de pensar no que aconteceu!

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Propaganda da Oi nos Céus de Curitiba!

Estava eu caminhando pelo centro de Curitiba quando vi um avião fazer um círculo com a fumaça! Achei legal e já estava tirando fotos! De repente o avião faz um risco e um pingo do lado, exato, escreveu "Oi" no céu na tarde de domingo! Achei muito boa idéia...


Falando com mopradores de lás, descobri que pintaram TODOS os orelhões do centro em uma noite. Antes tinham cores e emblema da Brasil Telecom, agora são todos Oi! 

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pérolas do Recrutamento

40 dias após o retorno de minhas jornadas internacionais estou novamente empregado.  Para ajudar na busca, contratei o site da Catho. Muitos dizem que R$60 por mês é caro. Realmente não é barato para um desempregado, mas para mim funcionou muito bem e não foi nada caro.

Recebi algumas ligações, fiz 3 entrevistas e estou novamente empregado em uma empresa grande (começo segunda-feira próxima, e na sequência divulgarei o nome, para os mais curiosos, veja meu linkedin), com salário dentro do esperado.

Durante minhas noites enviando currículos (foram quase 200) eu tive a oportunidade, o prazer de responder muitas perguntas formuladas pelos recrutadores para validar o meu conhecimento na área ou o meu interesse  nas vagas. Além disso, outras coisinhas me chamaram a atenção!

E depois dos Pérolas do Intercâmbio, temos o Pérolas do Recrutamento! Segue abaixo:

Cargo: Analista Administrativo
O que seria um Analista Administrativo? Ele tem faixa salarial de 500 a 5 mil reais pelo que pude perceber!

Capacidade de entender e de aperfeiçoar-se constantemente nos fluxos, cenários, circunstâncias e missão do projeto, capacidade...
Entender o q? Se for de entender essa frase, já fui cortado!

Habilidade em Excel.
Vou mandar uma planilha, escrito habilidade, colorindo as celulas. Assim mostrarei que tenho habilidade em colorir!

Gostaria de trabalhar em uma escola de padres?
Essa pergunta me pegou ein? Ixi...

Analista Administrativo (1 vaga)
*Descrição da vaga:
Atividades gerais relacionadas a àrea
Agora só falta saber que área que é, porque salário de 2500 em Itapecirica nao deve ser um trampo qualquer...

Descreva a sua experiência profissional.
Que que isso? Querem que eu copie e cole meu currículo aqui de novo? Ele já está indo anexo...

4 - Analista Especialista (1 vaga)
Boa vaga ein, se você é analista administrativo e for promovido vai virar analista especialista!

Comunicativo, determinado, falar e escrever corretamente e com ambição para crescimento profissional.
Como se escreve com ambição?

Tem conhecimento em SAP e Excel macro?
Conheço macro, mas SAP não... conheço SAP, mas macro não, e agora? Só podia ser pergunta de uma vaga de Analista Administrativo

Felizmente foram poucos dias de procura e por isso não consegui tantas Pérolas assim, mas se eu encontrar mais, divulgarei para vocês! Se tiverem alguma, também me mandem para eu completar a lista! =o)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 11 – Faltando alguém

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Segunda-feira Alex não foi à aula, até aí normal. Mas Rogério começou a se preocupar com a ausência do colega na quarta-feira, terceiro dia seguido que ele faltava. Sinal de que alguma coisa havia acontecido. Mais tarde ele saberá, através de sua mãe, que Alex havia apanhado de uns “boyzinhos”, os quais ele havia dedurado de calote na compra de drogas com ele.

Mais tarde ainda, através de Eduardo ficou sabendo da briga de Alex com Marcela, pensou em fazer várias coisas, mas no final das contas preferiu não se intrometer.

Ao sair da escola, momento típico para turmas que querem bater em alguém, ele observou que ao longe na esquina tinha uma galera de cerca de trinta pessoas, preferiu então fazer um caminho diferente. Ao dobrar outra esquina viu que sua “fuga” havia sido em vão, mais de 10 moleques encontravam-se olhando fixamente para quem virava a esquina, nesse
momento ele não podia mais dar a volta, pois seria assim interpretado como uma caça. Sem opção então seguiu em frente sem olhar para as “pessoinhas” que estavam ali. Passou sem problemas.

Rogério de imediato não ligou os fatos, entretanto o que se passou foi puro medo, que cegou o para o fato.

Ao chegar a sua rua viu Babaloo chamando a rua inteira, organizando um “mutirão para a salvação”. Eduardo estava na escola e precisava de proteção para voltar para casa.

Rogério não pensou no fato e foi descendo em direção a sua casa e passou do lado de Babaloo, que o segurou pelo braço e disse:

-Aonde você vai?
-Para minha casa, almoçar!
-Vai fugir?
-Fugir do que? – disfarça Rogério.
-Vai dizer que você não viu? Tá cheio de carinha perto do seu colégio pra pegar o Eduardo.
-Sério cara?
-E você vai para casa ao invés de ajudar o seu camarada?

Rogério ficou completamente sem resposta, e disse mudando a feição do rosto.

-Não, não. Eu nunca iria deixar um amigo na mão.

Todo o pessoal e mais alguns se amontoavam na rua, ao fazerem uma última verificação para verem se todos estavam ali. Babaloo olhou por cima da galera e foi até Rogério, fazendo apenas um sinal para ele, o chamando. Eles formariam o pelotão de frente, Babaloo estava assim, querendo que Rogério se tornasse homem, provando para todo mundo que ele não tinha medo de briga. Rogério não tinha que provar nada para ninguém, mas para Babaloo quem não brigasse por um amigo, não era boa companhia.

Seguiram então em direção ao colégio Vendramon, e claro encontraram o pessoal da favela que estava atrás de Eduardo.

Babaloo passa o braço por trás dos ombros de Rogério e seguem os dois para conversarem com Doitinho, chefe da “gang”, bastaram três palavras : “cade o viado?”.

O primeiro a dar um murro foi Babaloo, que derrubou Doitino no mesmo instante. Começa a correria e Rogério aproveita para pular dentro da casa de um não muito amigo da sua sala que morava naquela rua.

O medo assombrava Rogério, sabia ele que quando Babaloo visse que ele havia fugido, as coisas não ficariam boas. Rogério já esteve em meio de tantas outras brigas, apenas as assistiu, absorto sempre, mas nunca deixava ninguém que participasse de uma briga ficar absolto.

Eduardo mais tarde voltou para casa sem problemas, e ligou para o celular de Alex para relatar os acontecimentos. Alex não deu muita bola, afinal ele não teve problemas com a briga, agora Eduardo que não tinha nada a ver com rolo teve que ficar se escondendo só porque estava junto com Alex em uma de suas transações.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Entrevista nos Expatriados!

Finalmente, faziam quase 2 meses que eu tinha participado do concorridíssimo e interessantíssimo Expatriados, e agora minha estrevista foi ao ar! Espero que gostem....


Foi uma entrevista sobre minha experiência fora do Brasil, pra quem tiver interesse acesse o link abaixo que você vão saber mais deste "Cidadão do Mundo".



Muito obrigado Mirella, que me convidou para participar e comanda o blog Expatriados.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 10 – Cada um na sua

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Durante a semana a moreninha, mais precisamente numa terça-feira, liga para Rogério, e pede para ele ligar sexta-feira pra ela para marcarem de sair no fim de semana. Assim que coloca o telefone no gancho todo empolgado, lembra-se de que se esqueceu de perguntar o nome dela de novo!

Na sexta-feira vai até a casa de Jéferson e tem que sair correndo de lá, antes mesmo de Jéferson aparecer na porta! Apareceu o Bob virando a esquina. Sorte que Rogério foi rápido e ele nem percebeu quem era!

Quando chegou em casa ligou para Jéferson para perguntar o nome da moreninha! Mas ele havia acabado de sair de casa, exatamente com o Bob! Mas isso não vem ao caso!
Ele precisava saber o nome da moreninha. Ele decidiu ligar para a casa dela sem saber o nome dela, tentar a sorte de ela atender ao telefone!

Logo primeira tentativa:

-Alô!
-Alô! Quem está falando? – pergunta a mãe da moreninha.
-É Rogério!
-Espere aí que eu vou chamar!

Rogério ouve de fundo a mãe da menina gritando!

-Eucledice! Aquele tal de Rogério!

Rogério pensou: “Nossa! Eucledice! Eu também não falaria meu nome sem me perguntarem. E que sorte a mãe dela falar o nome dela ein? Ufa!”

Quando ela atende:

-Oi Eucledice!
-Hahahaha – Gargalha-se a menina!
-O que foi?
-Hahahah, como eu suspeitava! Você não sabia meu nome!
-Seu nome não é esse não?
-Não! Você acha? Eu pedi para minha mãe inventar um nome feio quando você ligasse! Hahahaha!

“Nossa que criancice!”- pensou Rogério.

-Haha, legal! E como você chama de verdade?
-Priscila! Mas por causa do meu irmãozinho me chamam de Thi, é que ele tem só quatro anos e não consegue falar Pri e acaba falando Thi!
-Aaahh! Então Thi! Vamos sair amanhã?
-Pode ser! Pra onde você pensava ir?
-Não sei! Onde você gosta de ir ao primeiro encontro com alguém?
-Pode ser no Shops, cinema.
-Certo! Que filme?
-Olhar das Mansões! É com aquele gostosão do Di Vacka!
-Pode ser! Quem sou eu para contrariar?
-Meu acompanhante do próximo fim de semana, e quem sabe do próximo e do próximo e do próximo...
-Mesmo assim, prefiro não contrariar! Prefiro não te contrariar linda!
-Tudo bem! Que horas você passa aqui amanhã?
-Às sete horas, pode ser?
-Pode ser! Só uma coisa, não é pra dar risada de mim se a gente for jogar boliche!
-Que isso! Deve ser lindo! Ou melhor, linda, pois como eu sempre digo, mina bonita de qualquer jeito vai ser bonita!
-Vamos ver! Você vai se ver comigo se der risada viu?
-Pode deixar que eu vou me segurar!
-Tá bom! Beijo na boca e até amanhã!
-Tá bom! Beijos!
-Onde?
-Onde você preferir!
-Que gostosinho! Tchau!
-Tchau!

Após desligar o telefone Rogério abriu um sorriso de orelha a orelha! Respirou fundo e falou – é amanhã! – e realmente seria!

Sete horas da noite “dindon”! Thi atende e pede para esperar um momento! Meia hora depois ela sai e ele nem reclama de tão bobo que ele estava com a situação!
Compram as entradas do filme que Priscila tinha escolhido. Entraram no cinema e não resistiram. Antes mesmo de começar os trailers já estavam se agarrando, e isso se estenderia até o final do filme com pequeníssimas pausas.

Depois que saíram do filme Priscila perguntou:

-O que aconteceu no filme mesmo?
-É! Boa pergunta – Rogério riu-se.
-Vamos assistir de novo!
-O que?
-Vamos assistir de novo! Eu tava loca pra ver o filme e você não me deixou assistir!
-Se você queria tanto ver o filme por que não me interrompeu?
-É que estava gostosinho! – Priscila riu-se – Vamos entrar dessa vez e sentar longe!
-Longe quanto?
-Uma poltrona de distância! E agora só selinho rápido durante o filme tá?
-Tá bom!
-Vem comigo comprar as entradas!

Desta vez entraram e assistiram ao filme, com pequenas paradas para uns beijinhos!
Eis a Sinopse do filme:

História da luta de dois jovens de 17 anos que lutam para conquistar a sua liberdade, usando de toda sua saúde, inteligência. A morte do pai de Jack complica o relacionamento e a luta dos dois jovens aventureiros

Direto da saída do filme para o Méquenaudes sem mesmo conversarem entre si. A vontade de comer, aliás, a fome era mútua. Passava das onze da noite e o shopping já estava praticamente vazio, a não ser o Boliche, que seria a próxima parada deles.

A fila era grande, tão grande que enquanto assistiam os outros jogarem Priscila dormiu no ombro de Rogério, que só contemplava a situação que era meio que nova para ele, nunca havia se envolvido com alguém, e em tão pouco tempo, era estranho, mas ele já sentia que gostava dela e não fazia nenhuma força para tirar ela da cabeça!

Quando chamaram a senha deles, ele a acordou dando um beijinho. Preparam-se na pista. Rogério havia prometido que não ia dar risada dela, mas não se conteve. Parecia que ela estava levando uma bola de chumbo, além de a bola ir direto para a caneleta!

Foi demais, ele tentava se segurar mais, mas era demais para ele. Ela ficou de mau humor até a quinta rodada quando Rogério jogou a bola e caiu no meio da pista. Ela e todo o resto do boliche riram da cara dele, que não sabia onde enfiar a cabeça, tímido do jeito que era.

-Viu só? Fica me zuando! Hahahah, se ferrou!
-Num teve graça! E eu paguei mó mico!
-Calma que eu tô com você. Machucou lindinho?
-Não, aliás, só um pouquinho!
-Eu vou cuidar do meu doentinho favorito! – fala Priscila beijando-o.

Ao termino do boliche ambos estavam exaustos, Rogério deixou Priscila em casa e foi para casa dormir, e sonhar com os anjinhos e a anjinha.

***

Nesse mesmo sábado maravilhoso de Rogério e Priscila, Alex e Marcela saíram juntos para comemorar um ano de namoro, foram para o Açaí!

Alex já não estava muito feliz, pois saiu praticamente obrigado por ela. Ele tinha assuntos, para ele, mais importantes a tratar. Mas ela forçou-o a ir. Grande besteira, ela tentando animá-lo e ele sempre com aquele bico de mau-humor.

-Abre um sorriso pra mim amor! A gente ta comemorando um ano de namoro.
-Eu falei pra você que não queria sair, agora agüenta!
-Não fala assim, tenta aproveitar o momento aqui comigo.
-Sai fora, tira a mão de mim. – acena e grita - Garçom traz uma caipirinha de Vodka pra mim.
-Não traz não! Você não vai beber não!
-Sai fora, você já quis me obrigar a sair com você e agora você quer vir dizer o que eu posso ou não posso fazer? Fica quietinha vai, pra não piorar! – vira-se para o garçom –Garçom, a caipirinha!
-Eu só quero o melhor para você meu amor!
-E quem é você para me dizer o que é melhor pra mim? Se manca vai!
-Ai, você tá muito estúpido hoje! Você tá com algum problema? Em casa, com seus amigos, com você?
-O único problema até agora tem sido você, e só você que não percebe isso.
-Sua caipirinha. –Serve o garçom.
-Eu? Mas o que eu te fiz?
-Nasceu!
-É, e agora eu que sou a causa mor da sua vida tá uma merda, quer saber de uma coisa? Eu vou embora!
-Não vai não!
-Vou sim, minha presença não é tão insuportável pra você? Tchau!
-Me trouxe aqui então vai ter que ficar aqui comigo até o fim!
-Você que pensa! Tô indo, até qualquer dia!

Alex levanta-se e segura ela pelo braço!

-Você vai ficar aqui sua vadia!
-Me solta, eu não vou ficar aqui com você, seu estúpido!
-Senta aqui e cala a boca se não quiser apanhar!
-Você vai me bater é?
-Se ficar insistindo na idéia de ir embora, vou, e não vai demorar muito!
-Me solta que eu vou pra minha casa!
-Vai ficar aqui e acabou!

Alex a empurra com toda a força contra a parede, e ela cai no chão tonta. Ele a levanta e vira nela um estrondoso tapa, que marca o rosto de Marcela dedo a dedo. Mas o pior ainda estaria por vir.
Marcela aos poucos vai perdendo a consciência e desmaia no meio de muitos curiosos, que Alex tentava dispersar com argumentos imbecis!

-Vamos saindo fora cambada de pobre. Nunca viram uma briga de namorados não? Sai fora, ela vai ficar bem.

Ninguém o ouvia, somente olhavam perplexos para a cena esdrúxula que presenciavam. Pouco depois, o segurança da casa chegou e a socorreu, mas ela já começava a se recuperar. Agarrou por trás os braços de Alex e levou ambos para delegacia próxima.

O delegado perguntava o que havia acontecido e Marcela dizia que era apenas uma briga corriqueira de namorados, e que não tinha nada a delatar sobre o acontecimento daquela noite.
Voltando para casa os dois foram conversando e Marcela explicava o porquê de não ter feito o BO depois da sova que havia tomado.

-Eu vi em mim muito da sua raiva, se você não queria, eu não podia ter te obrigado daquela maneira, por isso achei que não devia acabar com sua vida dessa maneira. Bom, já estou em casa, agora eu quero te pedir um favor!
-Fale!
-Me conta o que ta acontecendo com você!
-Não tem nada acontecendo!
-Bom, eu sei de tudo que tá acontecendo com você, e queria ver se você me contava, mas pelo jeito você não confia em mim pra te ajudar, aliás você acha que não está precisando de ajuda, mas está! Quanto ao que aconteceu hoje a noite, você não precisa nunca mais falar comigo. Nunca mais, acabou! Boa noite...

Alex não conseguiu nem falar mais nada, começou a chorar incessantemente dali para frente por mais de quinze minutos. Sentado na guia não conseguia parar de pensar em todas as besteiras que estava fazendo, mas que agora era relativamente tarde para reverter a maioria delas.

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 9 – A nova turminha do “bem”

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Antes de começar essa nova fase da narração, quero fazer uma observação, quanto a forma de que narrarei a partir de agora. Procurarei mostrar o afastamento de Alex e Rogério e mostrar o caminho que cada um seguirá até se unirem novamente daqui alguns capítulos.

***

Alex, nesse fim de semana, foi viajar, chamou Rogério que recusou o convite. Alex, Pituca, Zelu e Babaloo foram para Itanhaém pegar umas ondas. Lugar não muito propício por não ter boas ondas, mas às vezes quebra o galho, mas não dessa vez. O mar não estava atraente para a prática do surfe.

Ficaram o sábado inteiro só sentado ao terral. Arriscaram entrar no mar, mas nada de ondas... Sentados à tarde toda torrando ao sol, nada pior que um fim de tarde chuvoso. É, ardendo do sol, sem ondas, chovendo, a melhor opção era tomar banho para ver a noite virar. Fazer uma fogueira, embrulhar batatas no alumínio, pegar um violão e fumar um. Depois do último item, batatas queimariam e a fogueira apagaria, e o violão seria completamente esquecido.
Dia inteiro em Itanhaém, clima de cidade do interior. “Mente vazia oficina do diabo”, logo esse fim de dia era previsto.

Pois é, esse dia aparentemente se repetiria, mas no domingo a erva tinha acabado e Pitoca sumiu o dia todo. Voltou contando umas histórias mais que esquisitas.

Saiu de manhã sem ninguém ver, e voltou a noite com todos os três a esperá-lo. Sem esperar as perguntas que o bombardeariam começou a narrar seu super dia:

-Bom, de manhã eu saí para comprar um cigarro, já que passei a noite em claro e não tinha nada para fazer. Nessa saída aconteceu algo inesperado! Encontrei a Bruna!
-Nossa a Bruna!- fala zoando Zelu e Pitoca nem percebe a ironia.
-É! Continuando, ela veio falar comigo, e perguntou por Rogério.
-Ah! Claro! – interrompe Alex segurando a risada.

Só abrindo um parêntese, Bruna nem pensava em citar o nome de Rogério, ela praticamente o odiava, pelas tentativas incansáveis de Rogério “o bobão” (como ela mesma o chamava quando perguntando a respeito dele) de conquistá-la.

-Então, aí eu falei que ele não veio de frescura, que o bobão estava dando uma de bom garoto. Quando eu falei isso, ela me deu um tapinha no ombro e falou para eu não falar mal dele. Até aí eu estava estranhando, mas era só o começo, até porque eu não a conheço direito, só a vejo às vezes né?!?! Na hora de voltar para casa, ela me abraçou e a gente estava voltando abraçado da padaria. No cruzamento da linha do trem era hora de cada um ir para um lado, mas ela começou a me chamar e puxar para o lado da casa dela, ela é meio rodadinha, mas gostosa daquele jeito eu não ia recusar né?
-Aí vocês pegaram uma maça “o fruto proibido” e se deliciaram... – satiriza Alex.
-Dãr, bobão, é sério porra! Retomando, quando chegamos a casa dela, demos de frente com a casa vazia, e os pais dela só voltariam no dia seguinte de Peruíbe para pegá-la e voltar para Sampa. Só com isso eu já estava feliz, mas depois que a gente almoçou, ela ligou para uma amiga caiçara dela, e já imaginei “lá vem a caiçara tranqueira para segurar vela”. Que nada! Na hora que a mina chegou eu desacreditei, nossa, que loira! Julliana! Dezessete aninhos de muita, mas muita saúde! Não deu uma hora depois, e eu já tava beijando ela! Aí do nada a Bruna começou a tirar minha roupa! E a loira me beijando todo!

Quando eu fiquei só de cueca, a loira parou de me beijar e começou a tirar a roupa, ficou peladinha cara! Nossa, perfeita! Depois que ela ficou nua, ela voltou a me beijar e a Bruna, tirou minha cueca com o dente! Nisso meu “menino” tava louco, quase explodindo. A Bruna depois de tirar minha cueca tirou a calcinha e o sutiã que ainda não tinha tirado.

-Foi agora que o papai Noel apareceu?
-Ah vai tomar banho, se vocês não querem ouvir eu não conto também!
-Ai conta por favor! Hahaha – debocha Zelu.
-Ah, vai tomar no meio do seu... Ah, não sei nem por que eu conto essas coisas pra vocês!

Pituca nunca foi de mentir, por isso não tinham motivos para desconfiar dessa história. Mas você leitor tem motivos para desconfiar! Ele era um virgem frustrado, que broxou no que seria sua primeira vez. Ele se fazia de desencanado com a questão da virgindade, mas por dentro não se perdoava por ter 19 anos e nunca ter brincado de papai e mamãe.

***

Nesse fim de semana Rogério não tinha nada programado, mas surgiriam oportunidades para se divertir com Jéferson, e ele aproveitaria algumas.

A primeira delas veio na sexta-feira, depois de um dia de garoa e televisão. Foi para o Shopping com Eduardo que iria comprar um presente para seu primo. Aproveitaram o embalo e assistiram a um filminho seguido de um lanche no Mequedonaudes. Pelo menos não havia passado o dia em branco!

No dia seguinte, sábado, dia de balada! Mas balada com quem, se havia decidido abandonar aquela turma?! Mesmo se não os tivesse abandonado, seus “melhores amigos” daquela turma estavam viajando.

Foi então procurar “ajuda” com Jéferson, que ao reconhecer Rogério ao telefone já foi convidando antes mesmo que citasse seu problema:

-Ainda bem que é você Rogério, queria te chamar pra um churrascão na casa do meu camarada aqui, e eu não achava seu telefone aqui em casa.
-Puts cara, valeu, era isso mesmo que eu estava procurando! Valeu cara! Daqui quanto tempo eu passo na sua casa ai?
-Ah, cola aqui daqui uma meia hora, até porque o churras já começou faz um tempo!
-Beleza! Daqui a pouco eu tô aí!
-Falou! Até!

Rogério passou pela cozinha e avisou seus pais que logo sairia para uma festa com Jéferson e depois se dirigiu ao banheiro para tomar um rápido banho! Menos de quinze minutos depois já estava prontinho, de banho tomado, de roupa arrumada e de perfume passado!
Quando chegaram a casa foram atendidos pela irmã do “Dono da festa”! Ê laiah! Que moreninha! Logo que Rogério viu já pensou em atacar, mas depois que viu a cara de assassino do namorado, não queria nem olhar mais na cara dela. Mas ela veio falar com ele! Não era por ela, lembra-se daquela “bela” amiga da Marcela? Aquela de curvas perfeitas e que tinha tudo em cima? Ela mesmo, lembrou do menino Rogério que fugira aquele dia, e resolveu atacar para tentar a sorte.
A moreninha puxa Rogério para um canto e conversa com ele bem de perto, respirando o CO2 dele! Ele se segurava para não agarrá-la! Mas foi mais forte do que ele, ela também não fez força nenhuma para dificultar a situação. Quando menos perceberam já estavam se beijando! A gorda viu toda a cena de camarote! A sorte de Rogério foi que o namoradinho dela não viu nada, mas logo ficaria sabendo, pois conhecia todo mundo da festa. Porém, além da gorda, somente os dois velhos (aqueles mesmo da festa de Halloween) olhavam tudo através do portão, visualizando a cena completa do outro lado da rua!

Depois do beijo Rogério ficou olhando para ela, esperando alguma brecha, mas ela sem falar nada se virou correndo e se trancou no banheiro. Minutos depois ela apareceu para ele e pediu para que ele fosse embora para que não houvesse problemas, afinal de contas o namorado dela não era de brincadeira e poderia descobrir o ocorrido a qualquer momento!

Ele decidiu ir-se para não arranjar confusão! Mas ela não o deixou sair sem pegar o telefone dele, e passar o dela para ele!

Após a saída de Rogério a moreninha foi se explicar com a gorda:

-Meu, desculpa, foi mais forte do que eu!
-Mais forte do que eu é a vontade que eu estou de falar tudo o que aconteceu para o seu namoradinho! E é o que eu vou fazer agora, sua traidora!
-Pelo amor de Deus, não fala nada! Ele vai matar eu e o Rogério se você contar para ele!
-Não vou estar perdendo nada! Só uma amiga de aparências, traidora, falsa, fingida! Não sei nem por que eu estou perdendo meu tempo falando com você ainda! Vou falar com seu namorado!

A moreninha a segura pelo braço e argumenta:

-Você não pensa em mim não? Ele pode até me matar!
-E você pensou em mim quando beijou o Rogério?
-Não, quer dizer, ele falou que não queria nada! De verdade!
-Ai sua mentirosa! Nem deu tempo de ele falar nada que você já foi se atacando nele!
-Num foi assim! Você sabe que não foi assim! E vou te contar uma coisa, foi muito bom!
-É, realmente, ele não queria nada comigo mesmo!
-Então, você não vai fala pro meu namorado né?

Quando o namorado dela chega por trás tapando os olhos dela!

-Robson? – nome do irmão dela!
-Não!
-Bob?
-Acertou! – virou-a e deu-lhe um apaixonado beijo! – O que vocês estavam tramando? Alguma surpresa para mim?
-Isso! Uma grande surpresa!
-Espero ansioso pra saber... o que é?!
-Você vai adorar! – fala a moreninha com um sorriso de más notícias!

Mais tarde a moreninha chamou Bob num canto! Ele perguntou:

-É agora que vem a surpresa?

Bob tentou abraça-la, e ela o afastou!

-É agora mesmo que vem a surpresa!
-A gente vai fazer o que eu tava tanto esperando?
-Não, o que eu descobri hoje que eu esperava há tempos!
-Mas fala que eu to ficando angustiado!
-Eu quero acabar o namoro com você! Encontrei outra pessoa!
-O que? Você ta ficando louca? Quem é o filho da mãe? É o Jéferson né?
-Não! Não é! Eu descobri hoje essa pessoa!
-Hoje? Aqui na festa?
-É!
-Cadê o desgraçado pra eu trocar uma idéia com ele!
-Ele já foi embora!
-Ficou com medo né? Deve ser uma bichinha!
-Não! Eu fiquei com medo de você fazer alguma coisa!
-Quem é o desgraçado?
-Se eu falar você vai querer matar ele!
-Fala logo – fala levantando a mão e a voz – se não quem vai apanhar é você!
-É o Rogério!
-O que? Aquele amigo boyzinho do Jéferson?
-É! Mas ele não é boyzinho não!
-Já vai começar a defender o boyzinho? Aposto que você ficou com ele aqui na festa, debaixo do meu nariz!
-Fiquei!
-Você é uma vagabunda mesmo né? Eu só não bato em você por que tenho dó de você! Não vale a pena me sujar minha mão ou desperdiçar uma bala da minha arma com você!

Ele dá as costas e vai embora da casa, e deixa a moreninha chorando sozinha no canto! Ela ficou apavorada, entrou na sala e ligou para Rogério para não atender a porta se alguém tocasse! Pura neurose pois seu ex não tinha como saber onde Rogério morava!

No dia seguinte Rogério pensou em ligar para a moreninha, mas se deparou com um pequeno problema, não sabia nem o nome dela, e nem conhecia o irmão dela! Pensou em ligar para Jéferson, mas ele havia saído para a casa de uma tia para comer bolinhos de chuva!

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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 8 – Faz parte da Vida, mas...

Leia antes a sinopse e os capítulos anteiores.


Rogério via-se perdido entre seus amigos. Seu melhor amigo Beduíno (mais novo apelido de Alex), havia entrado num caminho praticamente sem volta, pelo menos em curto prazo, parecia que Alex estava mesmo perdido, viciado. Às vezes o pior disso não é o drogar-se em si, e sim se envolver com gente da pior estirpe.

Viu também Eduardo, passando a perna nele. Na compra de uma guitarra, que Eduardo falou que tinha arranjado baratinho para Rogério, ele realmente tinha conseguido, porém ao repassar a guitarra para Rogério, cobrou R$50 a mais. Além de outros problemas com o próprio na escola. Rogério não compreendia tais atitudes sendo que ele já havia ajudado muito Eduardo mesmo sem conhecê-lo há muito tempo. Já havia emprestado dinheiro mesmo quando estava guardando para algo em especial, e emprestara dinheiro em quantias razoáveis pra quem não recebe salário, emprestado coisas de uso constante, ou seja, tirava dele para ajudar o amigo, e ele retribuía com brincadeiras de mau gosto e também o que Rogério percebeu mais tarde, traições. E para piorar a situação, a menina da qual ele gostava, estava namorando outro carinha, que ele não conhecia, até porque ele não existia. E ele inocente, acreditava em tudo que ela falava e não percebia os vários foras que ela dava nele.

Fora isso tudo, a mãe dele o prendia em casa, e ele não conseguia esquecer todos esses problemas, que às vezes nem eram dele. A única pessoa que continuava tendo a confiança de Rogério era Jéferson, pessoa que ele não tinha muito contato, por causa das diferenças nas idéias e classe social. Mas a partir desse momento ele vai perceber que esse era o amigo que as idéias mais batiam. Rogério havia, anteriormente, conceituado estilo musical e roupas como idéias.
Jéferson era um garoto que estudava em uma escola pública próxima ao colégio Vendramon e morava na favela. Ele gostava de samba, de sair para baladas techno e na maioria das vezes, de forró, mas onde ele ficava muito era na casa de seus amigos fazendo reuniõezinhas, churrascos, sempre com um pagodinho bem animado. Rogério a partir de agora começaria a participar dessa nova família; no começo, claro, ocorrem problemas de adaptação, mas esses problemas não iram acabar rápido e ele vai ver que naquelas reuniões tinham problemas parecidos com os da antiga turma dele.

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cartão de Crédito, dor de cabeça plastificada!

Como sabem, estou em vias de cancelar meu cartão, trocar o meu cartão Visa por um Mastercard. Não, eu não acho que os serviços serão melhores, apenas recebi uma proposta melhor no momento.


Antes de efetuar a troca eu estou tentando resgatar os pontos que tenho acumulado no meu cartão, no total, eles me concederiam cerca de R$60 de desconto. Porém, eu preciso de 50 pontos para o resgate, e no site da Credicardciti consta apenas 49. Eu fiz um pagamento que me concederia mais 11 pontos, porém estes ponto ainda não foram somados aos antigos. Liguei ontem para saber quando eu iria recebêlos.

Na primeira tentativa, a moça me pediu para esperar 3 ou 4 vezes, e ao fim, quando finalmente achei que ela ia me responder, caiu a ligação.

Bom, eu, muito paciente, liguei novamente.

Alguém advinha o que aconteceu? 

Outra atendente, porém, a mesma história, "espera um poquinho", e pluf! derruba a ligação!

Será que estes energu... que dizer, este adoraveis seres não conseguem responder uma questão tão simples e desligam na cara do cliente?

TERCEIRA TENTATIVA!

Iniciei a conversa:

- Olá Luciana, é o Homero, tudo bem?
- Tudo Sr. Em que posso ajudá-lo?
- Antes de mais nada me ajudaria muito se você não desligasse na minha cara como as suas duas colegas que me atenderam anteriormente, ok?
- Sem problemas senhor!

E então desta vez, consegui a informação. Os pontos caem no fechamento da fatura seguinte. E sabe o que é pior? Ao final do atendimento tem uma pesquisa de satisfação com o atendimento, e eu fui obrigado a colocar como Satisfeito! porque a Luciana me atendeu bem, resolveu meu problema, não poderia ser injusto com ela. Entretanto, as duas que desligaram na minha cara, eu nao consigo avaliar e no final das contas, é capaz que o atendimento como um todo tenha uma nota satisfatória. 

Mas muito mais importante que saber quando os pontos caem, é saber como é preciso falar para ser bem atendido por uma central de  atendimento de Cartão de Crédito: basta falar grosso, e dizer que por duas vezes desligaram o telefone da sua cara. 

Quando eu ligar para efetuar o cancelamento vou gravar a conversa e publicar por aqui... Tenham certeza que será a terceira ligação!  

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Net TV e você, o maior perrê!

Há muito tempo assinamos a NET como provedor de TV por assinatura e banda larga. Quanto ao acesso a internet não há o que reclamar, apesar da velocidade não ser exatamente a prometida, o serviço é bem estável e confiavel.


Há um tempo atrás nós também não tínhamos problemas até que A TV DIGITAL CHEGOU! Instalaram conversores digitais aqui e o caos começou. Todo o dia, principalmente no horário de pico (Jornal Nacional) e quando o meu tricolor está jogando a TV fica com a imagem travando, quadriculando. É um inferno, fica impossível assistir sem jogar o conversor pela janela!

Mais de uma vez abrimos chamados na NET e nada de resolver. Na última, meu irmão ligou pedindo para que consertassem, caso contrário ele iria cancelar todos os serviços da NET.

Agendaram uma visita, porém o técnico veio a tarde, quando a imagem normalmente está boa. No dia seguinte uma atendente nos ligou pedindo confirmação da visita. Eu confirmei a visita, mas disse que a imagem continuava ruim. Solicitei uma visita noturna, no horário em que tenho problemas com a imagem.

Marcaram para o dia seguinte. O técnico não veio. Um dia depois, me ligaram, e eu disse que não recebi visita nenhuma. A atendente estranhou, certamente porque o técnico afirmou que havia vindo a minha residência. 

Como eu disse que não houve visita, ela marcou novamente para o dia seguinte... Isso tudo foi semana passada. 7 dias se passaram e ainda não recebi visita nenhuma! Estou esperando, quem sabe um dia ele aparece, pra retirar o conversor quando cancelarmos o serviço...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 7 – Festinha com os amigos

Leia antes a sinopse e os capítulos anteiores.



Festa de Halloween no Colégio Vendramon

Sexta-feira às 19hs
Apresentação das bandas ACM171, Porca Loka e Abec 5
Compareção
Entrada: R$2,00 


Chegado o dia da apresentação das bandas dos amigos de Alex e Rogério, todos os conhecidos deles compareceram ao Colégio Vendramon para acompanhar a primeira apresentação dessas três bandas juntas. Pitoca, Zelu, Jéferson, Eduardo, Marcela, Bruna e até o casalsinho Roberta e Jorge, ou seja, não faltava ninguém. Havia dois velhos que ficavam de canto, olhando o grupo de amigos de longe. Não falavam nada e nem se entreolhavam, parecia que só viam os garotos. Olhavam mais para Rogério, mas ele nem percebia, ele não tirava os olhos de Bruna. Mas isso só até o início do show, Porca Loka no palco.

Começaram tocando Basket Case do Green Day, e já conseguiram chamar a atenção de todos para eles. O público não animava muito com suas músicas, não pareciam muito dispostos. Os garotos da banda acharam que não haviam feito um bom show, mas a verdade é que quase ninguém agita em shows de banda pequena, ainda mais em uma escola.

Quando entra a banda ACM171, muitas pessoas saíram do ginásio, parece que ultimamente bandas com visões mais políticas e críticas não são bem aceitas, o que está agradando é música sem muito conteúdo, sem trabalho e que fale de amor, ou da garotinha da escola. E isso não era nada do que a banda ACM171 pregava, muito pelo contrário, faziam críticas contundentes e árduas a esse tipo de música e mensagem.

A banda mais esperada da noite, com certeza era o Abec 5. Era a banda que os integrantes conheciam o
maior número de pessoas. Eles mantinham o estilo musical de rock exatamente como o ACM171 acabara de criticar. Porém, os integrantes tinham visão crítica também e tinham letras críticas, morais e responsáveis, fora o Gabba Gabba Hey, marca também a banda Porca Loka que abriu a noite.

Durante o show do Abec 5 muitas quedas, empurrões, tropeços mas ninguém se machucou. Somente Jorge havia tomado uns chutes, que ele não sabia da onde vinham, e vinham de toda parte, todos que tinham raiva dele, aproveitaram a situação de distração dele durante os shows. Até Rogério tirou uma lasquinha.

Ao final do show, todos foram cumprimentar os amigos que haviam se apresentado, tanto da Porca Loka quanto do Abec 5. E enquanto isso os dois velhos continuavam a observar o grupo de amigos.

No meio do show de Porca Loka Alex sumiu. E só voltou quando começou o show do Abec 5. Rogério achou muito suspeito. Ele confirmou suas suspeitas depois que observou as expressões e as atitudes de Alex depois do show do Abec 5, ele não parava de falar besteira, e sempre dando risada! É, Rogério percebia que Alex estava cada vez pior, no caminho da Mary Jane!

Depois do Show eles haviam combinado de todo mundo ir para a balada, mais especificamente Arribaí, onde eles poderiam comemorar e homenagear seus amigos pelo sucesso dos shows.

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