segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 12 - Outras decepções virão

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Chegando mais uma vez naquela reunião de pagode, Rogério começava a querer se acostumar com o som, pois o ambiente e a comida (churrasco) começavam a compensar. Porém, naquela noite algumas coisas aconteceriam e ele veria que não estava em um ambiente muito melhor que aquele que procurava se afastar.

“Eu não tenho culpa de comê quietinho, no meu cantinho, boto pra quebrar...” essa música ditava o ritmo da noite, e representaria o que iria acontecer. Enquanto tocavam essa música Rogério pegava um espetinho, e via um cara vomitando-se de tanto beber e dando risada, com a namorada dele do lado, desesperada, implorando para ele parar de beber. Rogério disfarçou e fingiu que nem viu. Fingiu que não viu, mas viu no momento seguinte uma menina enrolando um “beck turbinado” como eles chamavam. Foi a decepção da noite. Jéferson vê seu amigo sozinho, com cara de tonto então chega nele e fala:

-Rogério, que foi? Aconteceu alguma coisa?
-Não, não! É que eu tô pensando em um negócio aqui.
-Ah meu, relaxa, vem aqui zoar um pouco com a gente, esquece o resto! – falou Jéferson já arrastando Rogério para o pagode.

Tudo correu bem até o fim da festinha.

No caminho de volta para a casa, acontece um pequeno imprevisto. Ele andava tranqüilamente pela avenida esquecendo todos os problemas (às vezes dar uma voltinha sozinho ajuda a esquecer) então ele resolveu dar uma volta antes de ir para casa.

Ao entrar na primeira rua por onde decidiu caminhar, um cara saiu de trás de uma árvore e lhe acertou um servido murro no queixo, e começou a questionar:

-Ae moleque! Cadê aquele seu amiguinho?
-Que amigo?Ai! – Fala Rogério praticamente gemendo.
-O porra do Beduíno!! Olha aqui, não vou ficar perdendo tempo com você aqui não! Avisa o Beduíno que se ele não aparecer amanhã lá no pico com o dinheiro, que é melhor ele se mudar daqui, senão ele morre! Você tá me entendendo? Tenho certeza que você não vai me decepcionar. Não é? Vou embora que eu tenho mais o que fazer do que perder meu tempo com você, seu merda!

Nisso o suspeito sujeito pegou o dinheiro, o relógio de Rogério e deu o último chute no estômago dele e saindo em direção de seus amigos que estavam rindo no fim da rua. Cumprimentou todos eles ao chegar lá. Rogério assistia a isso deitado sem ar depois do chute na barriga.

Pouco depois, Rogério se levantou e foi para sua casa, onde encontrou sua mãe preocupadíssima.

-Menino eu não falei pra você voltar... – Ela para de falar ao ver a boca do filho sangrando.
-Que aconteceu Rô!?
-Assalto, o cara me deu um murro, pegou minhas coisas e saiu correndo!
-Tá doendo filho?! Nossa tá feia a coisa. Eu vou te dar um remédio e vá dormir!
-Primeiro eu tenho que fala com o Alex!
-Amanhã você fala! Como você vai chamar ele a essa hora da madrugada?
-Mãe, é mais que urgente!

Então Rogério foi até o telefone, discou! Ocupado! Com certeza ele estarva na Internet! Mas dessa vez era o irmão dele que estava lá. Alex tinha saído de balada com Eduardo e Pitoca. Rogério logo pensou que os “Beck Street Boys” tinham ido queimar um! Mas dessa vez haviam mesmo saído de balada.

No dia seguinte, de manhãzinha, Rogério que mal conseguiu dormir vai até a casa de Alex e avisa sobre o que aconteceu:

-Ele falou que se você não levasse hoje o dinheiro no “pico” que eles iam te pegar!

Alex respondeu:

-Cala boca Rogério seu traidor! Vai lá andar com seus amiguinhos pagodeiros! E num precisa ficar me falando essas coisas! Eu sei me cuidar!
-Não é o que parece!
-Agora sai fora que eu fiquei acordado até de madrugada na balada, e você veio aqui pentelhar meu sono. Vai embora traidor! Se você vier aqui dar lição de moral de novo você tá ferrado!
-O que tá acontecendo Alex? – Pergunta a mãe de Alex.
-Nada não, e cala boca você também!

Alex virou de novo para Rogério e disse:

-Você ainda tá aí? Puts! Achei que você ia se mancar e ir embora! Vai!

Alex entrou batendo a porta! Mas quando chegou no quarto bateu um ressentimento por ter falado aquilo tudo para seu amigo de tanto tempo, e um medo por causa do recado que ele havia recebido! Nesse dia Alex não saiu de casa! E Rogério não parou de pensar no que aconteceu!

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Propaganda da Oi nos Céus de Curitiba!

Estava eu caminhando pelo centro de Curitiba quando vi um avião fazer um círculo com a fumaça! Achei legal e já estava tirando fotos! De repente o avião faz um risco e um pingo do lado, exato, escreveu "Oi" no céu na tarde de domingo! Achei muito boa idéia...


Falando com mopradores de lás, descobri que pintaram TODOS os orelhões do centro em uma noite. Antes tinham cores e emblema da Brasil Telecom, agora são todos Oi! 

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pérolas do Recrutamento

40 dias após o retorno de minhas jornadas internacionais estou novamente empregado.  Para ajudar na busca, contratei o site da Catho. Muitos dizem que R$60 por mês é caro. Realmente não é barato para um desempregado, mas para mim funcionou muito bem e não foi nada caro.

Recebi algumas ligações, fiz 3 entrevistas e estou novamente empregado em uma empresa grande (começo segunda-feira próxima, e na sequência divulgarei o nome, para os mais curiosos, veja meu linkedin), com salário dentro do esperado.

Durante minhas noites enviando currículos (foram quase 200) eu tive a oportunidade, o prazer de responder muitas perguntas formuladas pelos recrutadores para validar o meu conhecimento na área ou o meu interesse  nas vagas. Além disso, outras coisinhas me chamaram a atenção!

E depois dos Pérolas do Intercâmbio, temos o Pérolas do Recrutamento! Segue abaixo:

Cargo: Analista Administrativo
O que seria um Analista Administrativo? Ele tem faixa salarial de 500 a 5 mil reais pelo que pude perceber!

Capacidade de entender e de aperfeiçoar-se constantemente nos fluxos, cenários, circunstâncias e missão do projeto, capacidade...
Entender o q? Se for de entender essa frase, já fui cortado!

Habilidade em Excel.
Vou mandar uma planilha, escrito habilidade, colorindo as celulas. Assim mostrarei que tenho habilidade em colorir!

Gostaria de trabalhar em uma escola de padres?
Essa pergunta me pegou ein? Ixi...

Analista Administrativo (1 vaga)
*Descrição da vaga:
Atividades gerais relacionadas a àrea
Agora só falta saber que área que é, porque salário de 2500 em Itapecirica nao deve ser um trampo qualquer...

Descreva a sua experiência profissional.
Que que isso? Querem que eu copie e cole meu currículo aqui de novo? Ele já está indo anexo...

4 - Analista Especialista (1 vaga)
Boa vaga ein, se você é analista administrativo e for promovido vai virar analista especialista!

Comunicativo, determinado, falar e escrever corretamente e com ambição para crescimento profissional.
Como se escreve com ambição?

Tem conhecimento em SAP e Excel macro?
Conheço macro, mas SAP não... conheço SAP, mas macro não, e agora? Só podia ser pergunta de uma vaga de Analista Administrativo

Felizmente foram poucos dias de procura e por isso não consegui tantas Pérolas assim, mas se eu encontrar mais, divulgarei para vocês! Se tiverem alguma, também me mandem para eu completar a lista! =o)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 11 – Faltando alguém

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Segunda-feira Alex não foi à aula, até aí normal. Mas Rogério começou a se preocupar com a ausência do colega na quarta-feira, terceiro dia seguido que ele faltava. Sinal de que alguma coisa havia acontecido. Mais tarde ele saberá, através de sua mãe, que Alex havia apanhado de uns “boyzinhos”, os quais ele havia dedurado de calote na compra de drogas com ele.

Mais tarde ainda, através de Eduardo ficou sabendo da briga de Alex com Marcela, pensou em fazer várias coisas, mas no final das contas preferiu não se intrometer.

Ao sair da escola, momento típico para turmas que querem bater em alguém, ele observou que ao longe na esquina tinha uma galera de cerca de trinta pessoas, preferiu então fazer um caminho diferente. Ao dobrar outra esquina viu que sua “fuga” havia sido em vão, mais de 10 moleques encontravam-se olhando fixamente para quem virava a esquina, nesse
momento ele não podia mais dar a volta, pois seria assim interpretado como uma caça. Sem opção então seguiu em frente sem olhar para as “pessoinhas” que estavam ali. Passou sem problemas.

Rogério de imediato não ligou os fatos, entretanto o que se passou foi puro medo, que cegou o para o fato.

Ao chegar a sua rua viu Babaloo chamando a rua inteira, organizando um “mutirão para a salvação”. Eduardo estava na escola e precisava de proteção para voltar para casa.

Rogério não pensou no fato e foi descendo em direção a sua casa e passou do lado de Babaloo, que o segurou pelo braço e disse:

-Aonde você vai?
-Para minha casa, almoçar!
-Vai fugir?
-Fugir do que? – disfarça Rogério.
-Vai dizer que você não viu? Tá cheio de carinha perto do seu colégio pra pegar o Eduardo.
-Sério cara?
-E você vai para casa ao invés de ajudar o seu camarada?

Rogério ficou completamente sem resposta, e disse mudando a feição do rosto.

-Não, não. Eu nunca iria deixar um amigo na mão.

Todo o pessoal e mais alguns se amontoavam na rua, ao fazerem uma última verificação para verem se todos estavam ali. Babaloo olhou por cima da galera e foi até Rogério, fazendo apenas um sinal para ele, o chamando. Eles formariam o pelotão de frente, Babaloo estava assim, querendo que Rogério se tornasse homem, provando para todo mundo que ele não tinha medo de briga. Rogério não tinha que provar nada para ninguém, mas para Babaloo quem não brigasse por um amigo, não era boa companhia.

Seguiram então em direção ao colégio Vendramon, e claro encontraram o pessoal da favela que estava atrás de Eduardo.

Babaloo passa o braço por trás dos ombros de Rogério e seguem os dois para conversarem com Doitinho, chefe da “gang”, bastaram três palavras : “cade o viado?”.

O primeiro a dar um murro foi Babaloo, que derrubou Doitino no mesmo instante. Começa a correria e Rogério aproveita para pular dentro da casa de um não muito amigo da sua sala que morava naquela rua.

O medo assombrava Rogério, sabia ele que quando Babaloo visse que ele havia fugido, as coisas não ficariam boas. Rogério já esteve em meio de tantas outras brigas, apenas as assistiu, absorto sempre, mas nunca deixava ninguém que participasse de uma briga ficar absolto.

Eduardo mais tarde voltou para casa sem problemas, e ligou para o celular de Alex para relatar os acontecimentos. Alex não deu muita bola, afinal ele não teve problemas com a briga, agora Eduardo que não tinha nada a ver com rolo teve que ficar se escondendo só porque estava junto com Alex em uma de suas transações.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Entrevista nos Expatriados!

Finalmente, faziam quase 2 meses que eu tinha participado do concorridíssimo e interessantíssimo Expatriados, e agora minha estrevista foi ao ar! Espero que gostem....


Foi uma entrevista sobre minha experiência fora do Brasil, pra quem tiver interesse acesse o link abaixo que você vão saber mais deste "Cidadão do Mundo".



Muito obrigado Mirella, que me convidou para participar e comanda o blog Expatriados.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 10 – Cada um na sua

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Durante a semana a moreninha, mais precisamente numa terça-feira, liga para Rogério, e pede para ele ligar sexta-feira pra ela para marcarem de sair no fim de semana. Assim que coloca o telefone no gancho todo empolgado, lembra-se de que se esqueceu de perguntar o nome dela de novo!

Na sexta-feira vai até a casa de Jéferson e tem que sair correndo de lá, antes mesmo de Jéferson aparecer na porta! Apareceu o Bob virando a esquina. Sorte que Rogério foi rápido e ele nem percebeu quem era!

Quando chegou em casa ligou para Jéferson para perguntar o nome da moreninha! Mas ele havia acabado de sair de casa, exatamente com o Bob! Mas isso não vem ao caso!
Ele precisava saber o nome da moreninha. Ele decidiu ligar para a casa dela sem saber o nome dela, tentar a sorte de ela atender ao telefone!

Logo primeira tentativa:

-Alô!
-Alô! Quem está falando? – pergunta a mãe da moreninha.
-É Rogério!
-Espere aí que eu vou chamar!

Rogério ouve de fundo a mãe da menina gritando!

-Eucledice! Aquele tal de Rogério!

Rogério pensou: “Nossa! Eucledice! Eu também não falaria meu nome sem me perguntarem. E que sorte a mãe dela falar o nome dela ein? Ufa!”

Quando ela atende:

-Oi Eucledice!
-Hahahaha – Gargalha-se a menina!
-O que foi?
-Hahahah, como eu suspeitava! Você não sabia meu nome!
-Seu nome não é esse não?
-Não! Você acha? Eu pedi para minha mãe inventar um nome feio quando você ligasse! Hahahaha!

“Nossa que criancice!”- pensou Rogério.

-Haha, legal! E como você chama de verdade?
-Priscila! Mas por causa do meu irmãozinho me chamam de Thi, é que ele tem só quatro anos e não consegue falar Pri e acaba falando Thi!
-Aaahh! Então Thi! Vamos sair amanhã?
-Pode ser! Pra onde você pensava ir?
-Não sei! Onde você gosta de ir ao primeiro encontro com alguém?
-Pode ser no Shops, cinema.
-Certo! Que filme?
-Olhar das Mansões! É com aquele gostosão do Di Vacka!
-Pode ser! Quem sou eu para contrariar?
-Meu acompanhante do próximo fim de semana, e quem sabe do próximo e do próximo e do próximo...
-Mesmo assim, prefiro não contrariar! Prefiro não te contrariar linda!
-Tudo bem! Que horas você passa aqui amanhã?
-Às sete horas, pode ser?
-Pode ser! Só uma coisa, não é pra dar risada de mim se a gente for jogar boliche!
-Que isso! Deve ser lindo! Ou melhor, linda, pois como eu sempre digo, mina bonita de qualquer jeito vai ser bonita!
-Vamos ver! Você vai se ver comigo se der risada viu?
-Pode deixar que eu vou me segurar!
-Tá bom! Beijo na boca e até amanhã!
-Tá bom! Beijos!
-Onde?
-Onde você preferir!
-Que gostosinho! Tchau!
-Tchau!

Após desligar o telefone Rogério abriu um sorriso de orelha a orelha! Respirou fundo e falou – é amanhã! – e realmente seria!

Sete horas da noite “dindon”! Thi atende e pede para esperar um momento! Meia hora depois ela sai e ele nem reclama de tão bobo que ele estava com a situação!
Compram as entradas do filme que Priscila tinha escolhido. Entraram no cinema e não resistiram. Antes mesmo de começar os trailers já estavam se agarrando, e isso se estenderia até o final do filme com pequeníssimas pausas.

Depois que saíram do filme Priscila perguntou:

-O que aconteceu no filme mesmo?
-É! Boa pergunta – Rogério riu-se.
-Vamos assistir de novo!
-O que?
-Vamos assistir de novo! Eu tava loca pra ver o filme e você não me deixou assistir!
-Se você queria tanto ver o filme por que não me interrompeu?
-É que estava gostosinho! – Priscila riu-se – Vamos entrar dessa vez e sentar longe!
-Longe quanto?
-Uma poltrona de distância! E agora só selinho rápido durante o filme tá?
-Tá bom!
-Vem comigo comprar as entradas!

Desta vez entraram e assistiram ao filme, com pequenas paradas para uns beijinhos!
Eis a Sinopse do filme:

História da luta de dois jovens de 17 anos que lutam para conquistar a sua liberdade, usando de toda sua saúde, inteligência. A morte do pai de Jack complica o relacionamento e a luta dos dois jovens aventureiros

Direto da saída do filme para o Méquenaudes sem mesmo conversarem entre si. A vontade de comer, aliás, a fome era mútua. Passava das onze da noite e o shopping já estava praticamente vazio, a não ser o Boliche, que seria a próxima parada deles.

A fila era grande, tão grande que enquanto assistiam os outros jogarem Priscila dormiu no ombro de Rogério, que só contemplava a situação que era meio que nova para ele, nunca havia se envolvido com alguém, e em tão pouco tempo, era estranho, mas ele já sentia que gostava dela e não fazia nenhuma força para tirar ela da cabeça!

Quando chamaram a senha deles, ele a acordou dando um beijinho. Preparam-se na pista. Rogério havia prometido que não ia dar risada dela, mas não se conteve. Parecia que ela estava levando uma bola de chumbo, além de a bola ir direto para a caneleta!

Foi demais, ele tentava se segurar mais, mas era demais para ele. Ela ficou de mau humor até a quinta rodada quando Rogério jogou a bola e caiu no meio da pista. Ela e todo o resto do boliche riram da cara dele, que não sabia onde enfiar a cabeça, tímido do jeito que era.

-Viu só? Fica me zuando! Hahahah, se ferrou!
-Num teve graça! E eu paguei mó mico!
-Calma que eu tô com você. Machucou lindinho?
-Não, aliás, só um pouquinho!
-Eu vou cuidar do meu doentinho favorito! – fala Priscila beijando-o.

Ao termino do boliche ambos estavam exaustos, Rogério deixou Priscila em casa e foi para casa dormir, e sonhar com os anjinhos e a anjinha.

***

Nesse mesmo sábado maravilhoso de Rogério e Priscila, Alex e Marcela saíram juntos para comemorar um ano de namoro, foram para o Açaí!

Alex já não estava muito feliz, pois saiu praticamente obrigado por ela. Ele tinha assuntos, para ele, mais importantes a tratar. Mas ela forçou-o a ir. Grande besteira, ela tentando animá-lo e ele sempre com aquele bico de mau-humor.

-Abre um sorriso pra mim amor! A gente ta comemorando um ano de namoro.
-Eu falei pra você que não queria sair, agora agüenta!
-Não fala assim, tenta aproveitar o momento aqui comigo.
-Sai fora, tira a mão de mim. – acena e grita - Garçom traz uma caipirinha de Vodka pra mim.
-Não traz não! Você não vai beber não!
-Sai fora, você já quis me obrigar a sair com você e agora você quer vir dizer o que eu posso ou não posso fazer? Fica quietinha vai, pra não piorar! – vira-se para o garçom –Garçom, a caipirinha!
-Eu só quero o melhor para você meu amor!
-E quem é você para me dizer o que é melhor pra mim? Se manca vai!
-Ai, você tá muito estúpido hoje! Você tá com algum problema? Em casa, com seus amigos, com você?
-O único problema até agora tem sido você, e só você que não percebe isso.
-Sua caipirinha. –Serve o garçom.
-Eu? Mas o que eu te fiz?
-Nasceu!
-É, e agora eu que sou a causa mor da sua vida tá uma merda, quer saber de uma coisa? Eu vou embora!
-Não vai não!
-Vou sim, minha presença não é tão insuportável pra você? Tchau!
-Me trouxe aqui então vai ter que ficar aqui comigo até o fim!
-Você que pensa! Tô indo, até qualquer dia!

Alex levanta-se e segura ela pelo braço!

-Você vai ficar aqui sua vadia!
-Me solta, eu não vou ficar aqui com você, seu estúpido!
-Senta aqui e cala a boca se não quiser apanhar!
-Você vai me bater é?
-Se ficar insistindo na idéia de ir embora, vou, e não vai demorar muito!
-Me solta que eu vou pra minha casa!
-Vai ficar aqui e acabou!

Alex a empurra com toda a força contra a parede, e ela cai no chão tonta. Ele a levanta e vira nela um estrondoso tapa, que marca o rosto de Marcela dedo a dedo. Mas o pior ainda estaria por vir.
Marcela aos poucos vai perdendo a consciência e desmaia no meio de muitos curiosos, que Alex tentava dispersar com argumentos imbecis!

-Vamos saindo fora cambada de pobre. Nunca viram uma briga de namorados não? Sai fora, ela vai ficar bem.

Ninguém o ouvia, somente olhavam perplexos para a cena esdrúxula que presenciavam. Pouco depois, o segurança da casa chegou e a socorreu, mas ela já começava a se recuperar. Agarrou por trás os braços de Alex e levou ambos para delegacia próxima.

O delegado perguntava o que havia acontecido e Marcela dizia que era apenas uma briga corriqueira de namorados, e que não tinha nada a delatar sobre o acontecimento daquela noite.
Voltando para casa os dois foram conversando e Marcela explicava o porquê de não ter feito o BO depois da sova que havia tomado.

-Eu vi em mim muito da sua raiva, se você não queria, eu não podia ter te obrigado daquela maneira, por isso achei que não devia acabar com sua vida dessa maneira. Bom, já estou em casa, agora eu quero te pedir um favor!
-Fale!
-Me conta o que ta acontecendo com você!
-Não tem nada acontecendo!
-Bom, eu sei de tudo que tá acontecendo com você, e queria ver se você me contava, mas pelo jeito você não confia em mim pra te ajudar, aliás você acha que não está precisando de ajuda, mas está! Quanto ao que aconteceu hoje a noite, você não precisa nunca mais falar comigo. Nunca mais, acabou! Boa noite...

Alex não conseguiu nem falar mais nada, começou a chorar incessantemente dali para frente por mais de quinze minutos. Sentado na guia não conseguia parar de pensar em todas as besteiras que estava fazendo, mas que agora era relativamente tarde para reverter a maioria delas.

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dos 16 aos 16 - Cap 9 – A nova turminha do “bem”

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Antes de começar essa nova fase da narração, quero fazer uma observação, quanto a forma de que narrarei a partir de agora. Procurarei mostrar o afastamento de Alex e Rogério e mostrar o caminho que cada um seguirá até se unirem novamente daqui alguns capítulos.

***

Alex, nesse fim de semana, foi viajar, chamou Rogério que recusou o convite. Alex, Pituca, Zelu e Babaloo foram para Itanhaém pegar umas ondas. Lugar não muito propício por não ter boas ondas, mas às vezes quebra o galho, mas não dessa vez. O mar não estava atraente para a prática do surfe.

Ficaram o sábado inteiro só sentado ao terral. Arriscaram entrar no mar, mas nada de ondas... Sentados à tarde toda torrando ao sol, nada pior que um fim de tarde chuvoso. É, ardendo do sol, sem ondas, chovendo, a melhor opção era tomar banho para ver a noite virar. Fazer uma fogueira, embrulhar batatas no alumínio, pegar um violão e fumar um. Depois do último item, batatas queimariam e a fogueira apagaria, e o violão seria completamente esquecido.
Dia inteiro em Itanhaém, clima de cidade do interior. “Mente vazia oficina do diabo”, logo esse fim de dia era previsto.

Pois é, esse dia aparentemente se repetiria, mas no domingo a erva tinha acabado e Pitoca sumiu o dia todo. Voltou contando umas histórias mais que esquisitas.

Saiu de manhã sem ninguém ver, e voltou a noite com todos os três a esperá-lo. Sem esperar as perguntas que o bombardeariam começou a narrar seu super dia:

-Bom, de manhã eu saí para comprar um cigarro, já que passei a noite em claro e não tinha nada para fazer. Nessa saída aconteceu algo inesperado! Encontrei a Bruna!
-Nossa a Bruna!- fala zoando Zelu e Pitoca nem percebe a ironia.
-É! Continuando, ela veio falar comigo, e perguntou por Rogério.
-Ah! Claro! – interrompe Alex segurando a risada.

Só abrindo um parêntese, Bruna nem pensava em citar o nome de Rogério, ela praticamente o odiava, pelas tentativas incansáveis de Rogério “o bobão” (como ela mesma o chamava quando perguntando a respeito dele) de conquistá-la.

-Então, aí eu falei que ele não veio de frescura, que o bobão estava dando uma de bom garoto. Quando eu falei isso, ela me deu um tapinha no ombro e falou para eu não falar mal dele. Até aí eu estava estranhando, mas era só o começo, até porque eu não a conheço direito, só a vejo às vezes né?!?! Na hora de voltar para casa, ela me abraçou e a gente estava voltando abraçado da padaria. No cruzamento da linha do trem era hora de cada um ir para um lado, mas ela começou a me chamar e puxar para o lado da casa dela, ela é meio rodadinha, mas gostosa daquele jeito eu não ia recusar né?
-Aí vocês pegaram uma maça “o fruto proibido” e se deliciaram... – satiriza Alex.
-Dãr, bobão, é sério porra! Retomando, quando chegamos a casa dela, demos de frente com a casa vazia, e os pais dela só voltariam no dia seguinte de Peruíbe para pegá-la e voltar para Sampa. Só com isso eu já estava feliz, mas depois que a gente almoçou, ela ligou para uma amiga caiçara dela, e já imaginei “lá vem a caiçara tranqueira para segurar vela”. Que nada! Na hora que a mina chegou eu desacreditei, nossa, que loira! Julliana! Dezessete aninhos de muita, mas muita saúde! Não deu uma hora depois, e eu já tava beijando ela! Aí do nada a Bruna começou a tirar minha roupa! E a loira me beijando todo!

Quando eu fiquei só de cueca, a loira parou de me beijar e começou a tirar a roupa, ficou peladinha cara! Nossa, perfeita! Depois que ela ficou nua, ela voltou a me beijar e a Bruna, tirou minha cueca com o dente! Nisso meu “menino” tava louco, quase explodindo. A Bruna depois de tirar minha cueca tirou a calcinha e o sutiã que ainda não tinha tirado.

-Foi agora que o papai Noel apareceu?
-Ah vai tomar banho, se vocês não querem ouvir eu não conto também!
-Ai conta por favor! Hahaha – debocha Zelu.
-Ah, vai tomar no meio do seu... Ah, não sei nem por que eu conto essas coisas pra vocês!

Pituca nunca foi de mentir, por isso não tinham motivos para desconfiar dessa história. Mas você leitor tem motivos para desconfiar! Ele era um virgem frustrado, que broxou no que seria sua primeira vez. Ele se fazia de desencanado com a questão da virgindade, mas por dentro não se perdoava por ter 19 anos e nunca ter brincado de papai e mamãe.

***

Nesse fim de semana Rogério não tinha nada programado, mas surgiriam oportunidades para se divertir com Jéferson, e ele aproveitaria algumas.

A primeira delas veio na sexta-feira, depois de um dia de garoa e televisão. Foi para o Shopping com Eduardo que iria comprar um presente para seu primo. Aproveitaram o embalo e assistiram a um filminho seguido de um lanche no Mequedonaudes. Pelo menos não havia passado o dia em branco!

No dia seguinte, sábado, dia de balada! Mas balada com quem, se havia decidido abandonar aquela turma?! Mesmo se não os tivesse abandonado, seus “melhores amigos” daquela turma estavam viajando.

Foi então procurar “ajuda” com Jéferson, que ao reconhecer Rogério ao telefone já foi convidando antes mesmo que citasse seu problema:

-Ainda bem que é você Rogério, queria te chamar pra um churrascão na casa do meu camarada aqui, e eu não achava seu telefone aqui em casa.
-Puts cara, valeu, era isso mesmo que eu estava procurando! Valeu cara! Daqui quanto tempo eu passo na sua casa ai?
-Ah, cola aqui daqui uma meia hora, até porque o churras já começou faz um tempo!
-Beleza! Daqui a pouco eu tô aí!
-Falou! Até!

Rogério passou pela cozinha e avisou seus pais que logo sairia para uma festa com Jéferson e depois se dirigiu ao banheiro para tomar um rápido banho! Menos de quinze minutos depois já estava prontinho, de banho tomado, de roupa arrumada e de perfume passado!
Quando chegaram a casa foram atendidos pela irmã do “Dono da festa”! Ê laiah! Que moreninha! Logo que Rogério viu já pensou em atacar, mas depois que viu a cara de assassino do namorado, não queria nem olhar mais na cara dela. Mas ela veio falar com ele! Não era por ela, lembra-se daquela “bela” amiga da Marcela? Aquela de curvas perfeitas e que tinha tudo em cima? Ela mesmo, lembrou do menino Rogério que fugira aquele dia, e resolveu atacar para tentar a sorte.
A moreninha puxa Rogério para um canto e conversa com ele bem de perto, respirando o CO2 dele! Ele se segurava para não agarrá-la! Mas foi mais forte do que ele, ela também não fez força nenhuma para dificultar a situação. Quando menos perceberam já estavam se beijando! A gorda viu toda a cena de camarote! A sorte de Rogério foi que o namoradinho dela não viu nada, mas logo ficaria sabendo, pois conhecia todo mundo da festa. Porém, além da gorda, somente os dois velhos (aqueles mesmo da festa de Halloween) olhavam tudo através do portão, visualizando a cena completa do outro lado da rua!

Depois do beijo Rogério ficou olhando para ela, esperando alguma brecha, mas ela sem falar nada se virou correndo e se trancou no banheiro. Minutos depois ela apareceu para ele e pediu para que ele fosse embora para que não houvesse problemas, afinal de contas o namorado dela não era de brincadeira e poderia descobrir o ocorrido a qualquer momento!

Ele decidiu ir-se para não arranjar confusão! Mas ela não o deixou sair sem pegar o telefone dele, e passar o dela para ele!

Após a saída de Rogério a moreninha foi se explicar com a gorda:

-Meu, desculpa, foi mais forte do que eu!
-Mais forte do que eu é a vontade que eu estou de falar tudo o que aconteceu para o seu namoradinho! E é o que eu vou fazer agora, sua traidora!
-Pelo amor de Deus, não fala nada! Ele vai matar eu e o Rogério se você contar para ele!
-Não vou estar perdendo nada! Só uma amiga de aparências, traidora, falsa, fingida! Não sei nem por que eu estou perdendo meu tempo falando com você ainda! Vou falar com seu namorado!

A moreninha a segura pelo braço e argumenta:

-Você não pensa em mim não? Ele pode até me matar!
-E você pensou em mim quando beijou o Rogério?
-Não, quer dizer, ele falou que não queria nada! De verdade!
-Ai sua mentirosa! Nem deu tempo de ele falar nada que você já foi se atacando nele!
-Num foi assim! Você sabe que não foi assim! E vou te contar uma coisa, foi muito bom!
-É, realmente, ele não queria nada comigo mesmo!
-Então, você não vai fala pro meu namorado né?

Quando o namorado dela chega por trás tapando os olhos dela!

-Robson? – nome do irmão dela!
-Não!
-Bob?
-Acertou! – virou-a e deu-lhe um apaixonado beijo! – O que vocês estavam tramando? Alguma surpresa para mim?
-Isso! Uma grande surpresa!
-Espero ansioso pra saber... o que é?!
-Você vai adorar! – fala a moreninha com um sorriso de más notícias!

Mais tarde a moreninha chamou Bob num canto! Ele perguntou:

-É agora que vem a surpresa?

Bob tentou abraça-la, e ela o afastou!

-É agora mesmo que vem a surpresa!
-A gente vai fazer o que eu tava tanto esperando?
-Não, o que eu descobri hoje que eu esperava há tempos!
-Mas fala que eu to ficando angustiado!
-Eu quero acabar o namoro com você! Encontrei outra pessoa!
-O que? Você ta ficando louca? Quem é o filho da mãe? É o Jéferson né?
-Não! Não é! Eu descobri hoje essa pessoa!
-Hoje? Aqui na festa?
-É!
-Cadê o desgraçado pra eu trocar uma idéia com ele!
-Ele já foi embora!
-Ficou com medo né? Deve ser uma bichinha!
-Não! Eu fiquei com medo de você fazer alguma coisa!
-Quem é o desgraçado?
-Se eu falar você vai querer matar ele!
-Fala logo – fala levantando a mão e a voz – se não quem vai apanhar é você!
-É o Rogério!
-O que? Aquele amigo boyzinho do Jéferson?
-É! Mas ele não é boyzinho não!
-Já vai começar a defender o boyzinho? Aposto que você ficou com ele aqui na festa, debaixo do meu nariz!
-Fiquei!
-Você é uma vagabunda mesmo né? Eu só não bato em você por que tenho dó de você! Não vale a pena me sujar minha mão ou desperdiçar uma bala da minha arma com você!

Ele dá as costas e vai embora da casa, e deixa a moreninha chorando sozinha no canto! Ela ficou apavorada, entrou na sala e ligou para Rogério para não atender a porta se alguém tocasse! Pura neurose pois seu ex não tinha como saber onde Rogério morava!

No dia seguinte Rogério pensou em ligar para a moreninha, mas se deparou com um pequeno problema, não sabia nem o nome dela, e nem conhecia o irmão dela! Pensou em ligar para Jéferson, mas ele havia saído para a casa de uma tia para comer bolinhos de chuva!

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